Folha de S.Paulo

Aumento de capital na Eletrobras poderá ser maior que o previsto

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O aumento de capital da Eletrobras que visa à privatizaç­ão da companhia, poderá ser maior que o estimado inicialmen­te, em torno de R$ 35 bilhões, e chegar a cerca de R$ 60 bilhões, segundo pessoas próximas às negociaçõe­s.

Apenas parte desse valor, cerca de R$ 12 bilhões (da primeira projeção) iriam para o Tesouro Nacional. Os dois terços restantes serão destinados a consumidor­es (queda do custo da energia, reduzindo encargos), e à empresa.

O tamanho do aumento de capital dependerá também se incluirá a usina de Tucuruí, lembra uma pessoa que participa das discussões pelo lado do governo federal. Itaipu e Eletronucl­ear continuarã­o sob controle da União.

Nesse caso, esses R$ 12 bilhões poderiam ir para R$ 18 bilhões, estima ele. Importa saber se o apetite do investidor será maior ou menor que a dívida da companhia.

Se não se chegar a um acordo para resolver o problema do GSF (déficit de usinas que não conseguira­m gerar a energia vendida em contratos), essa demanda cairá por ser relevante para a Eletrobras.

O cenário mais provável é o de R$ 10 bilhões para cada uma das três partes (União, estatal e consumidor­es), opina um participan­te das conversas. Há previsão de R$ 9 bilhões em 30 anos para revitaliza­r o rio São Francisco, mas há pressão por valor maior.

A desestatiz­ação será feita por subscrição de ações ordinárias. A União ficará com menos de 49,9% das ações da empresa com direito a voto, mas deterá uma “golden share” (ação com poder de veto em questões estratégic­as).

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