O negócio social escolhido para receber os recursos da
Uma forma de captação de recursos inédita no Brasil vai permitir que cerca de 8.000 famílias de baixa renda em São Paulo consigam reformar suas casas em um modelo que também prevê retorno para os investidores.
A primeira debênture (título de dívida) de impacto social do país acaba de captar R$ 5 milhões em uma emissão fechada, voltada para investidores profissionais — aqueles que possuem mais de R$ 10 milhões aplicados.
Os recursos serão utilizados para dar crédito com juros menores a famílias de classe D, moradores das periferias da capital paulista. Esses empréstimos servirão de garantia real para a debênture e ajudarão a compor a remuneração que os investidores receberão —7% ao ano. DIFERENCIAL A operação tem características particulares. Normalmente, nas emissões de debêntures, grandes e médias empresas vão ao mercado em busca de recursos. Nesse caso, a Vivenda, empresa de pequeno porte especializada em reformas para a baixa renda, fez a transação via terceiros. A emissão ficou a cargo da Gaia, uma securitizadora, e da Din4mo, consultoria volta a startups.
A debênture foi escolhida por ser um instrumento mais barato de estruturar do que um CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários, que capta recursos para financiar transações no mercado imobiliário) e um FIDC (Fundo de Investimento em Direitos Creditórios, que tem como lastro créditos a receber).
“O mais óbvio seria emitir CRI, mas não se enquadrava porque os créditos não estavam constituídos”, diz João Pacífico, fundador do Grupo Gaia. A ideia de criar o título veio de Marco Gorini, cofundador da Din4mo, ao perceber uma demanda de capital de giro às startups que buscam impacto socioambiental.
“O ecossistema de empreendedorismo, principalmente o social, tem uma lacuna no mercado, que é o acesso a crédito”, diz. “Como endereçar uma solução de crédito com taxa, prazo e estrutura adequados e que sirva para diversos atores? Foi daí que nasceu a provocação.” O PILOTO reformas serão feitas em 5 anos, com potencial para beneficiar 32 mil pessoas é a taxa de retorno anual oferecida debênture foi o Vivenda, que oferece reformas de baixo custo em periferias e concede crédito para que famílias de baixa renda possam realizar as obras em suas casas de forma parcelada.
Até o piloto, a iniciativa fundada por Fernando Assad, vencedor do Prêmio Empreendedor Social de Futuro 2015, conferido pela Folha, havia ajudado a realizar mais de 700 reformas em São Paulo. “O mercado imobiliário