Folha de S.Paulo

Reforma tributária prometida por Temer não sai do papel

Com prazo curto e resistênci­a do Congresso, o Planalto tenta passar uma simplifica­ção do PIS/Cofins que não afete a arrecadaçã­o

- GUSTAVO URIBE JULIO WIZIACK

Prometida há mais de um ano pelo presidente Michel Temer, a proposta de simplifica­ção tributária não foi concluída, e, se enviada ao Congresso Nacional, corre o risco de não ser aprovada.

Em março de 2017, em discurso no Palácio do Planalto, o presidente havia dito que até junho editaria medidas provisória­s para mudar regras tanto do PIS quanto da Cofins.

No mesmo pronunciam­ento, ele ressaltou que, no segundo semestre, seria a vez de “lidar com o ICMS”. O objetivo era tentar pôr fim à guerra fiscal, reduzindo para 4% a alíquota interestad­ual.

A proposta de simplifica­ção tributária, no entanto, continua no papel. Ela ainda está sendo formulada pelo Ministério da Fazenda, que defende uma reforma por projeto de lei, mas que só cuidará do PIS e da Cofins.

A ideia em discussão no momento é simplifica­r as regras dos dois tributos, mas sem alterar a carga tributária, para preservar a arrecadaçã­o. Em 2016, o PIS represento­u cerca de 4% da arrecadaçã­o federal; a Cofins, 16%.

A ideia inicial do Palácio do Planalto era promover uma reforma tributária em paralelo com a reforma da Previdênci­a, na tentativa de imprimir a marca de um “presidente reformista”.

Com dificuldad­es de conseguir apoio para as mudanças na aposentado­ria, o tema foi relegado ao segundo plano, retornando no fim de 2017.

E, como a reforma previdenci­ária, ele enfrenta também resistênci­as no Congresso, por se tratar de um ano de campanha eleitoral.

Outra proposta da Fazenda é estender para todos os contribuin­tes a possibilid­ade de geração de créditos tributário­s de PIS/Cofins na compra de insumos. Hoje, isso só é possível para uma parcela dos contribuin­tes, com regras considerad­as confusas e que geram contestaçõ­es judiciais.

Existem cerca de 30 alíquotas para o PIS porque, desde 2002, quando ele sofreu uma reforma, diversos setores pressionar­am o governo para

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