Polícia identifica 7 das 8 vítimas da Rocinha
DO RIO
A Polícia Civil do Rio de Janeiro afirmou neste domingo (25) ter identificado 7 dos 8 mortos no sábado (24) na Rocinha, na zona sul da cidade.
A Polícia Militar afirma que seis foram baleados em confronto e dois corpos foram deixados por moradores na passarela na entrada da favela.
Foram identificados por meio das digitais Matheus da Silva Duarte de Oliveira, 18, Osmar Venâncio do Nascimento, 45, Bruno Ferreira Barbosa, 24, Júlio Morais de Lima, 22, Hércules de Souza Marques, 26, Magno Marinho de Rezende, 28, e Wanderson Teodoro de Souza, 21.
A Divisão de Homicídios não indicou quais dos identificados foram encontrados na passarela.
A operação da Polícia Militar ocorreu ao fim de um baile funk na região da Rocinha conhecida como Roupa Suja, na manhã de sábado, e resultou em ao menos seis mortes.
O Batalhão de Choque afirma que criminosos atiraram contra os agentes, iniciando o confronto. Familiares das vítimas, por sua vez, dizem que os PMs chegaram atirando a esmo na saída do baile, embora reconheçam que havia alguns criminosos no local.
No início da tarde, moradores deixaram outros dois corpos na passarela sobre a estrada LagoaBarra —projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer e símbolo das obras inacabadas do PAC (Programada de Aceleração do Crescimento) na favela.
A Polícia Civil vai investigar se há relação desses dois casos com o conflito com a PM.
Esta foi a ação conhecida mais violenta da polícia desde o início da intervenção federal na segurança pública do estado, em 16 de fevereiro. O Batalhão de Choque afirma que foram apreendidos um fuzil, seis pistolas e duas granadas.
A ação ocorreu três dias após a morte de um policial militar na Rocinha, em troca de tiros entre traficantes e policiais da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) que também deixou um morador morto.
Desde setembro, a favela vem sendo palco de sucessivas operações, inclusive com a participação do Exército, em razão dos confrontos entre quadrilhas de traficantes. No período, 48 pessoas foram mortas pela polícia em supostos confrontos.
No âmbito da intervenção chefiada pelo general Walter Braga Netto, escolhido pelo presidente Michel Temer (MDB), ainda não houve operação do Exército na favela.
Pesquisa Datafolha aponta que 76% dos cariocas são favoráveis à intervenção, ainda que apenas 21% achem que a situação melhorou desde o início da ação. Cerca de metade (52%) diz acreditar que ao fim da intervenção, a segurança no município terá melhorado.