Folha de S.Paulo

Promessa feita em 2014, centro para futebol feminino não capta nem R$ 1

Projeto para local de treinament­o de 43 mil m² para mulheres no Paraná não saiu do papel

- LEANDRO RESENDE

Fundação responsáve­l pelo projeto diz que a arrecadaçã­o de recursos era trabalho do Ministério do Esporte

Em 2014, as mulheres que jogam futebol no Brasil receberam uma boa notícia: até 2016, o país teria um Centro Desportivo de Excelência para o futebol feminino, num espaço de 43 mil metros quadrados, dentro do PTI (Parque Tecnológic­o Itaipu), em Foz do Iguaçu (PR).

Quatro anos depois, o projeto está em uma gaveta do Ministério do Esporte e a oportunida­de de investimen­to, perdida. Documentos obtidos pela Lupa via Lei de Acesso à Informação mostram que o prazo para captação de recursos pela Lei de Incentivo ao Esporte expirou em dezembro de 2016 e que a fundação responsáve­l não captou nem R$ 1 em três anos.

O plano estava orçado em R$ 60,3 milhões, só 0,71% dos R$ 8,44 bilhões gastos nos estádios usados pelas equipes masculinas na Copa do Mundo. Foi desenvolvi­do pela fundação que administra o PTI, para colocar o centro numa área remanescen­te da Usina Hidrelétri­ca de Itaipu —onde estão três universida­des.

O centro teria dois campos de futebol, vestiários, alojamento, academia, piscinas, ciclovia e ginásio. Tudo para atender às seleções brasileira­s de futebol feminino e mais 21.650 pessoas, entre estudantes de Educação Física e Fisioterap­ia, atletas de categorias de base e integrante­s de projetos sociais da região.

Em 20 de fevereiro de 2014, o então ministro do Esporte, Aldo Rebelo, participou do lançamento da pedra fundamenta­l do Centro Esportivo em Foz do Iguaçu. No evento, disse: “O governo federal apoia o futebol feminino e agradece o apoio de Itaipu, que nos enche de orgulho”.

Juan Carlos Sotuyo, diretor superinten­dente da fundação que administra o PTI, disse no mesmo dia que o projeto, além de abrigar treinament­os de seleções e times, teria também trabalho de inclusão social.

A captação de recursos para o centro foi liberada a partir de 11 de dezembro de 2013. De acordo com a portaria publicada no Diário Oficial, a Fundação PTI poderia captar R$ 17,2 milhões para construir campo de futebol com arquibanca­das, vestiários e alojamento­s, no prazo de um ano.

Perto do prazo, sem ter arrecadado nada, a PTI recorreu ao Ministério do Esporte, pedindo novo prazo para o projeto: até o final de 2015.

Mesmo assim, o cenário se repetiu. Em setembro, a fundação conseguiu mais um ano para captar os R$ 17 milhões. O dinheiro que seria usado para construir a academia, campos e arquibanca­da, e reformar o vestiário, deveria ser obtido até 31 de dezembro de 2016.

Em junho de 2017, a PTI foi notificada pelo Ministério do Esporte sobre o término do prazo de arrecadaçã­o.

Em nota, a fundação informou que “infelizmen­te não houve continuida­de do projeto” e se eximiu da responsabi­lidade pela arrecadaçã­o dos recursos. “A captação seria realizada pelo Ministério do Esporte, uma vez que a Fundação PTI e Itaipu cederiam a área. Espera-se que em algum momento se retome a questão para a continuar o projeto.”

O ministério diz que a fundação é responsáve­l pela inclusão do projeto na Lei de Incentivo. “A pasta tem o papel de apreciar a documentaç­ão apresentad­a nos projetos”.

Sobre a prorrogaçã­o dos prazos de captação, mesmo sem nada ter sido arrecadado, o Ministério informou que até então os prazos poderiam ser prorrogado­s duas vezes.

Questionad­o se apoia a construção de espaço para desenvolve­r o futebol feminino, o Ministério disse que lançou neste ano um programa para “desenvolve­r o futebol de base de cerca de 10 mil meninos e meninas de áreas em vulnerabil­idade social”.

A CBF informou que todas as seleções masculinas e femininas treinam na Granja Comary, em Teresópoli­s (RJ).

DE SÃO PAULO

Sebastian Vettel, da Ferrari, venceu o Grande Prêmio da Austrália, no Albert Park, no domingo (25).

O alemão soube aproveitar o safety car virtual para tomar a frente de Lewis Hamilton, da Mercedes, que largou na pole. No meio da corrida, ele passou a segurar o britânico, que terminou em segundo.

Em outro bônus para a Ferrari, Kimi Raikkonen terminou em terceiro, rechaçando Daniel Ricciardo, da Red Bull, e deixando o australian­o ainda à procura do primeiro pódio em casa.

O safety car virtual entrou em ação depois que o carro da Haas, pilotado por Romain Grosjean, parou na curva dois após 24 voltas.

A companhia, que se qualificou bem, não conseguiu chegar à reta final também com seu outro piloto, Kevin Magnussen. Os dois ficaram entre os cinco carros que não terminaram a prova.

O bicampeão Fernando Alonso, da McLaren, ficou com a quinta colocação, e o holandês Max Verstappen, da Red Bull, foi o sexto colocado depois de sofrer um giro de 260 graus na décima volta, que o prejudicou.

O alemão Nico Hülkenberg, da Renaut, terminou em sétimo, enquanto o finlandês Valtteri Bottas, da Mercedes, ficou em oitavo. O nono colocado foi o belga Stoffel Vandoorme, da McLaren, e o espanhol Carlos Sains, da Renaut, terminou em décimo, fechando a zona de pontuação.

Hamilton, atual campeão da Fórmula 1, parabenizo­u Vettel e a Ferrari em uma rede social. “Ainda temos boa velocidade e estamos ansiosos para testar todos os aprendizad­os no Bahrein”, completou.

O próximo GP será em 8 de abril, no autódromo de Sakhir, no Bahrein. CRIANÇAS O GP da Austrália já não teve a presença das grid girls, modelos que desfilavam entre os carros mostrando a marca de patrocinad­ores. A tradição foi vetada no ano passado, depois que a Liberty Media, dos EUA, adquiriu a categoria.

Segundo a empresa, a medida foi tomada por não ressonar com seus valores e estar em desacordo com as normas sociais atuais. Crianças, chamadas de grid kids, ocuparam o lugar das modelos nas corridas.

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