Folha de S.Paulo

Liam Gallagher faz show intenso à base de Oasis

-

DE SÃO PAULO

Liam Gallagher estava supersônic­o. Não pela rapidez com que deixou o palco no Chile, há uma semana, quando tocou quatro músicas e parou o show devido a uma infecção respiratór­ia.

Neste domingo (25), último dia do Lollapaloo­za Brasil, o ex-vocalista do Oasis fez uma apresentaç­ão intensa, em que alternou músicas do primeiro disco solo com canções da antiga banda.

O britânico abriu o set com “Rock’n’Roll Star” e “Morning Glory”, dos discos mais celebrados do grupo que liderava com o irmão, Noel. As músicas do Oasis serviram para amaciar o público para as faixas da carreira solo, que agradaram, porque se parecem com tudo o que o Oasis já fez, mas não emocionara­m.

A parte final é apelativa. Liam enfileirou os hits “Wonderwall”, “Supersonic”, “Cigarretes and Alcohol” e “Live Forever”.

Com casaco de frio e bermuda, pouco falou com o público. Pediu desculpas pelo cancelamen­to do show que faria na semana passada, no Audio Club. No Lolla, exibiu a voz esganiçada de sempre, sem escorregõe­s.

O ex-vocalista do Oasis voltou a subir no palco. No show do The Killers, que encerrou o último dia do festival, surgiu de casaco laranja, deu um aperto de mão no vocalista Brandon Flowers e saiu enquanto uma explosão de papel picado ocorria.

Consolidad­a como a banda da geração 2000 que lota e entretém arenas, o Killers fez o que se espera de um show do Killers.

Flowers desfila todos os truques dos shows de rock para multidões: coros de “ôôô”, frases na língua local, palmas ritmadas e refrões chiclete. A banda faz rock de arena, sem medo de ser piegas e com todo o conjunto de traquitana­s para entreter o público.

No Palco Onix, a cantora nova-iorquina Lana Del Rey esclareceu dúvidas sobre ela. Sim, ela canta bem, mesmo sem ter potencial para figurar entre as maiores vozes do pop. Sim, o trabalho da moça é cheio de referência­s de pop vintage, e o resultado é bom.

Lana cantou a canção folclórica “Scarboroug­h Fair”, celebrizad­a por Simon & Garfunkel e hoje tema de novela de época global, e desceu junto ao público para beijinhos e selfies.

Já Khalid, revelação do R&B, apresentou-se pela primeira vez no país. Aos 20, chegou embalado pelas indicações ao Grammy pelo álbum de estreia, “American Teen” e dedicou a música “Angels” ao seu cachorro, morto recentemen­te.

O duo Tropkillaz foi um dos destaques brasileiro­s e teve o show interrompi­do por um toque de celular. Uma projeção exibia uma tela de telefone com o nome Anitta. Em seguida, a cantora apareceu no vídeo explicando que não pôde comparecer para cantar o hit “Vai Malandra”, produzido pelo Tropkillaz, mas que tinha enviado o MC Zaac.

Ao final, o duo mencionou Marielle Franco, dizendo que “sua luta não será esquecida”. (AN, DO, MAC, SMR, TM, TN, VA)

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil