JOÃO PEREIRA COUTINHO
Humor de perdição Até quando teremos Ricky Gervais? O humorista britânico, autor e ator de uma das grandes comédias da história da TV (a série “The Office”), regressou aos palcos sete anos depois. Para cabeças simples, Gervais é transfóbico, homofóbico, anti-humanista e antidemocrata. Mas será que o fato de fazer piadas com certos grupos ou temas transforma uma pessoa num monstro moral? • LOTOFÁCIL
“Deus é trans, Deus é travesti, Deus é lésbica, Deus é negro, Deus é índio.” A frase pode ser ouvida no púlpito de Alexya Salvador, professora da rede pública, costureira e pastora de uma igreja que abraça a diversidade, no centro de São Paulo.
Alexya nasceu numa família católica e foi identificada como sendo do sexo masculino durante a infância e a adolescência. “Eu era o viadinho da turma, embora eu tivesse quase dois metros de altura. Apanhava de todo mundo.”
Aos 22, se deu conta de que era mulher. Mas foi apenas aos 31, em 3 de outubro de 2011, que decidiu fazer a transição de gênero.
Hoje, é a única professora transexual da escola pública em Mairiporã, epicentro da epidemia de febre amarela. Ela está vacinada, bem como o marido e os dois filhos que adotou: Gabriel Lucas, 12, e Ana Maria, 11.
03-04-05-08-09-11-12-14-16-17-19-20-21-22-25