Temer reage e diz que querem tirá-lo da vida pública
Após prisão de amigos do presidente, Planalto afirma que autoridades usam métodos totalitários para forçar delações
Após a prisão de dois de seus amigos mais próximos, o presidente Michel Temer (MDB) reuniu-se com ministros e assessores no Palácio do Alvorada e divulgou nota com ataques a autoridades que, segundo ele, tentam destruir sua reputação por meio de métodos totalitários.
“Sem ter fatos reais a investigar, autoridades tentam criar narrativas que gerem novas acusações”, diz o comunicado da Presidência.
O texto segue linha de raciocínio adotada nos bastidores do Planalto. A tese é que as prisões foram decretadas para forçar delações premiadas que embasem uma terceira denúncia contra Temer —as duas anteriores, de 2017, foram rejeitadas pela Câmara dos Deputados.
Preocupa o Planalto o foco da Polícia Federal no presidente. Ontem, foram tomados os primeiros depoimentos da Operação Skala.
A nota também atribui fins políticos às investigações sobre o setor portuário.
“O atropelo dos fatos e da verdade busca retirar o presidente da vida pública (...). Bastou a simples menção a possível candidatura para que forças obscuras surgissem para tecer novas tramas sobre velhos enredos.”
Temer ainda estuda fazer um pronunciamento em rede nacional no início da próxima semana.