Folha de S.Paulo

[Os EUA] sabiam que faríamos inspeções [no Iraque] e que isso demonstrar­ia que Saddam não tinha armas químicas

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do embaixador, em abril de 2002, o Brasil foi um dos votos contrários.

Em seu livro, “Surrender is not an Option” (Se render não é uma opção), Bolton relembra a visita que fez a Bustani na sede da Opaq, em Haia.

“Eu me encontrei com Bustani e disse que ele deveria se demitir. Se ele fosse embora no ato, faríamos tudo para dar a ele uma saída graciosa e digna. Se não, nós o demitiríam­os.” Segundo Bolton, Bustani era incompeten­te.

O diplomata teme que seu antagonist­a, de volta ao poder, siga a mesma linha com a Síria e o Irã. Nesse segundo caso, o americano se opõe ao acordo de troca de combustíve­l nuclear assinado em 2015, no governo Obama, apesar de a Agência Internacio­nal de Energia Atômica dizer que Teerã cumpre as determinaç­ões.

Em relatório desta semana, Cliff Kupchan, presidente do conselho da consultori­a de risco político Eurasia Group, afirma que há uma probabilid­ade de 65% de os EUA se retirarem do acordo nuclear com o Irã. O presidente DEMISSÃO Bustani entrou com uma ação na OIT (Organizaçã­o Internacio­nal do Trabalho) contra sua demissão. O órgão deu ganho de causa ao diplomata, afirmando que a ação foi injustific­ada e que servidores públicos não devem ficar “vulnerávei­s a pressões e mudanças políticas”.

A OIT determinou que a Opaq pagasse todos os salários que ele teria recebido se tivesse ficado no cargo até o fim de seu mandato, em 2005, e mais US$ 61.500 (R$ 203 mil) em danos morais.

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