Jorge Cego, músico e funcionário de cemitério
FOLHA
Jorge Cego perdeu a visão aos dez anos, após cair de um cavalo. Do trauma não resultou amargura: altruísta, intuitivo e bem disposto, o jundiaiense multiplicou as possibilidades que a vida lhe deu.
Advogado de formação, se dedicou ao serviço público no interior de São Paulo desde os anos 1980, tendo passado por diversos cargos administrativos até chegar ao cemitério onde trabalhou por mais de 20 anos. Muito além de orientações e cuidar da papelada, dava um ombro amigo às famílias enlutadas.
Era um excelente músico (cantava, tocava violão e acordeão) e, nas horas vagas, se apresentava em bares, festas e restaurantes.
Nem mesmo o acidente na infância o fez perder a paixão pelos cavalos: continuou cavalgando e mantinha uma criação dos animais.
Além do jeito palhaço, era muito conhecido na cidade por dar conselhos. Seu mantra era: “Quando eu fico triste, finjo que estou contente”.
Às vezes as pessoas esqueciam que Jorjão não tinha visão, tamanha era a sua habilidade em se localizar, inclusive quando estava de carro. Alguns amigos e conhecidos brincavam: “Jorjão, você está fingindo que é cego, né?”.
Era um pai carinhoso, presente e um grande amigo — gostava de brincar e contar histórias para o único filho, também chamado Jorge.
“Ele me ensinava a fazer pipas, hélices de madeira, construíamos brinquedos juntos, andávamos a cavalo”, diz o sucessor, que ressalta ainda que nunca discutiram.
Morreu no último dia 24, aos 64 anos, após sofrer um infarto. Deixa a mulher, o filho e o neto de um mês. coluna.obituario@grupofolha.com.br Dinamarca, 32, Jd. Europa. 1º ANO Dr. Arnaldo, 1.831, Sumaré
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