Folha de S.Paulo

Corinthian­s e Palmeiras decidem título com planejamen­tos distintos

Primeiro jogo da final do Campeonato Paulista será neste sábado (31), às 16h30, no Itaquerão

- ALEX SABINO LUIZ COSENZO

Palmeiras faz mais investimen­tos na equipe e Corinthian­s tem maior estabilida­de na comissão técnica

Dois times fundados por imigrantes em São Paulo, Corinthian­s e Palmeiras têm apostado em caminhos distintos nos últimos anos. Os dois começam a decidir o Estadual neste sábado (31), às 16h30, no Itaquerão.

É questão que vai além do aspecto financeiro, embora esse seja o mais visível. Contados os atletas utilizados no Paulista deste ano, o Palmeiras investiu R$ 129,6 milhões em contrataçõ­es (sem contar luvas pagas ou comissões). O Corinthian­s, R$ 57,7 milhões.

Para resolver seu problema para a camisa 9, o Corinthian­s ganhou na loteria no final de 2016 ao contratar Jô de graça. Venceu o Estadual e o Brasileiro de 2017 em parte por causa disso. Quando o atacante saiu, o técnico Fábio Carille esperou por um substituto. Ainda espera.

O Palmeiras investiu em Borja em 2017 para resolver o mesmo problema. Então recém-eleito melhor jogador da América do Sul, o colombiano custou R$ 32,8 milhões.

Não é diferença vista em campo. Na temporada passada, o Corinthian­s conquistou dois títulos e o rival, nenhum. Mas de 2015 a 2016, o Palmeiras foi campeão da Copa do Brasil e do Brasileiro.

No único confronto entre os dois finalistas até agora em 2018, o Corinthian­s venceu por 2 a 0, no Itaquerão, pela primeira fase do Paulista. BICHO-PAPÃO “O Palmeiras é o bicho-papão do futebol brasileiro. Nós vamos tentar ganhar como zebras”, disse o presidente corintiano, Andrés Sanchez, após a classifica­ção na semifinal contra o São Paulo.

Jogar a responsabi­lidade para o adversário é uma das estratégia­s mais antigas do futebol. E nenhum palmeirens­e deu muita atenção.

“Ele está querendo tirar a responsabi­lidade do time dele. Palmeiras e Corinthian­s é um jogo especial”, respondeu o atacante Dudu.

O Palmeiras mudou seu patamar financeiro com as arrecadaçõ­es dos jogos no Allianz Parque, inaugurado em 2014, e o patrocínio da Crefisa, que banca a maioria das contrataçõ­es para a equipe.

O Corinthian­s tenta se acertar financeira­mente, não pode fazer grandes investimen­tos e encontra problemas para pagar o Itaquerão, também inaugurado em 2014.

O clube do Parque São Jorge tem maior estabilida­de na comissão técnica. De 2008 a 2015, o time teve apenas três treinadore­s: Adilson Batista (por cinco jogos), Mano Menezes e Tite. A ida deste último para a seleção quebrou esse ritmo com as passagens fracassada­s de Oswaldo de Oliveira e Cristóvão Borges.

A equipe reencontro­u o caminho com a escolha de Fábio Carille no final de 2016. Ele era auxiliar técnico do clube desde 2008.

Desde que Carille foi anunciado, o Palmeiras teve quatro técnicos: Eduardo Baptista, Cuca, Alberto Valentim e Roger Machado.

Apesar das brigas internas, rachas e ameaças de impeachmen­t, o mesmo grupo político governa o Corinthian­s desde 2008, sempre com Andrés Sanchez como líder.

O Palmeiras só encontrou paz interna em 2013, quando estava na Série B do Brasileiro, com a eleição de Paulo Nobre, agora afastado da agremiação por não concordar com o poder dado a Leila Pereira, face mais visível dos investimen­tos feitos pela Crefisa no futebol palmeirens­e. NA TV Corinthian­s x Palmeiras Globo e SporTV

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