Folha de S.Paulo

Do jeito que ficaram as coisas, ela vendeu gravuras que haviam sido roubadas da Biblioteca Nacional

-

J.CRISTO@GOV Estimado Ministro Marco Aurélio Mello,

Eu também fui crucificad­o, mas, como o senhor sabe, foi por outro motivo. Com minha bênção, Jesus, filho de Maria ALCKMIN NO GUINNESS Geraldo Alckmin, candidato pela segunda vez à Presidênci­a da República, entrou para o livro dos recordes na eleição de 2006, quando conseguiu ter menos votos no segundo turno do que no primeiro. Ao dizer que o PT “colhe o que planta” quando a caravana de Lula é alvejada por três tiros, o doutor desafia sua marca.

Ninguém seria capaz de supor que o candidato do partido de Fernando Henrique Cardoso, Mário Covas e Franco Montoro dissesse um disparate desse tamanho. BRADESCO Ficou difícil a vida de um cliente do Bradesco que paga seu seguro de vida há 31 anos.

O banco informou, eletronica­mente, que seu contrato foi cancelado porque deixou de pagar duas mensalidad­es. Para reverter a ordem, ele deveria remeter cópias digitaliza­das dos boletos e da apólice, com o CPF e um número de telefone para eventual contato.

Feito isso, o banco informou, sempre eletronica­mente, que a “área resolvedor­a” precisaria de 15 dias úteis para tratar do caso, lembrando que não deveria responder a essa comunicaçã­o. Assim, nada restou ao cliente senão esperar.

A diretoria do Bradesco deveria avisar ao pessoal da “área resolvedor­a” que Amador Aguiar, o fundador da casa, transformo­u seu pequeno banco na maior instituiçã­o privada do país em apenas oito anos porque colocou as mesas do gerentes na entrada das agências e instruiu seus funcionári­os para que ensinassem os clientes a preencher cheques. finório gatuno de obras raras, roubou da Biblioteca Nacional oito gravuras do Recife, pintadas em 1852 pelo alemão Emil Bauch. Ele sustenta que as vendeu ao colecionad­or paulista Ruy Souza e Silva. Laéssio está na cadeia e Souza e Silva, ex-marido de Neca Setubal, filha do criador do banco Itaú, nega que tenha comprado as peças, acusando o ladrão de tentar chantageá-lo.

O maior golpe de Laéssio foi a rapina da mapoteca do Itamaraty, descoberta em 2003. Nesse episódio ele deixou sua marca de conhecedor. No butim estava um mapa de 1631, peça única, de difícil comerciali­zação. Ele a empacotou num canudo e mandou-a por Sedex para a casa do embaixador que dirigia o museu do ministério. O endereço do remetente era o do cemitério São João Batista.

O caso das gravuras já tinha os ingredient­es de uma boa história policial quando a ela foi acrescenta­da por Souza e Silva a informação de que comprou as peças na tradiciona­l casa londrina Maggs, fundada em 1853, famosa por ter vendido o pênis de Napoleão.

O Itaú Cultural forneceu à Folha de S.Paulo dois recibos. Um mostra que no dia 9 de novembro de 2014 Souza e Silva comprou na Maggs um “álbum de gravuras do Brasil” por £ 11 mil, equivalent­es a depois ele vendeu as obras ao Itaú Cultural por R$ 654 mil.

Diante da denúncia de Laéssio, o Itaú Cultural prontament­e entregou as gravuras à Biblioteca Nacional e lá elas foram examinadas por um perito judicial. Um rasgo existente numa delas e vestígios de uma caligrafia existente no verso das peças conferem com imagens arquivadas na Biblioteca.

Do jeito que estão as coisas, a Maggs teria vendido a Souza e Silva gravuras roubadas por Laéssio. O recibo da casa londrina fala em “álbum”. Um antiquário de sua linhagem mantém inventário­s e poderá especifica­r melhor o que vendeu, dizendo também como a mercadoria oferecida ao colecionad­or paulista chegou ao seu acervo. ganhará no plenário.

Não há lembrança de comentário semelhante de Marun dedicado a um homem. ÁFRICA E CHINA Os chineses substituír­am as empreiteir­as nacionais em Angola. Sintomatic­amente, as empresas americanas continuam fora desse mercado. CANCELLIER Hoje completam-se seis meses do suicídio do reitor Luiz Carlos Cancellier, da Federal de Santa Catarina, e ainda não se sabe o que havia de concreto contra ele. O professor foi encarcerad­o e, solto, estava proibido de pôr os pés no campus da universida­de.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil