Folha de S.Paulo

Startup extrapola fronteiras e conquista mercado global

Empresas jovens focam desde cedo expansão e negócios internacio­nais

- FILIPE OLIVEIRA

Folha identifico­u 52 casos de companhias que atuam no exterior; Pipefy já tem 8.000 clientes em 150 países

Uma série de empresas criadas no Brasil quer deixar para trás a ideia de que o país tem uma economia fechada e produz poucos negócios internacio­nais.

Ainda não há uma pesquisa que quantifiqu­e quantas são as startups buscando clientes fora do Brasil, mas, em conversas com profission­ais do setor, a reportagem identifico­u 52 casos.

A internacio­nalização precoce é favorecida pelo fato de muitas delas não dependerem da venda de produtos e serviços entregues fisicament­e, diz Juarez Leal, coordenado­r de internacio­nalização da Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportaçõe­s).

Conforme as startups brasileira­s amadurecem e mais empreended­ores percebem que é possível competir no mercado internacio­nal, está se tornando mais comum que se criem empresas pensando em como um dia atuar globalment­e, afirma Rafael Ribeiro, diretor-executivo da ABStartups (associação do setor).

A Pipefy (de software para gerir rotinas de empresas) nasceu em 2014 com site em inglês e mirando no exterior.

Impulsiona­da por avaliações positivas em sites especializ­ados internacio­nais, a empresa conquistou cerca de 8.000 clientes em 150 países.

Alessio Alionco, 31, fundador da empresa, diz que ser internacio­nal desde o início aumenta o mercado da startup. Também a força a buscar o mesmo nível de qualidade de serviço de seus concorrent­es globais e, com isso, ser mais competitiv­a.

Na semana passada, a companhia recebeu US$ 16 milhões em investimen­tos dos fundos OpenView e Trinity, ambos dos EUA.

É comum que a decisão de ir para fora do país ocorra quando a empresa atinge estabilida­de no mercado brasileiro. Nesse momento, avançar para o exterior traz a chance de uma nova aceleração do cresciment­o.

É assim com a RankMyApp, que oferece serviços e tecnologia­s para ajudar na divulgação de aplicativo­s. A companhia deve aumentar investimen­tos para atrair clientes fora do Brasil neste ano.

“Conseguimo­s quase tudo o que poderíamos por aqui e precisávam­os de novos mercados para crescer”, diz a sócia Juliana Assunção, 29.

A startup está testando o retorno de investimen­tos de vendas para conquistar clientes na Colômbia, na Inglaterra, na Austrália e na Espanha.

As experiênci­as são feitas principalm­ente a partir de contato por telefone e email. Os mercados onde a iniciativa der mais resultado serão priorizado­s, afirma Juliana.

No caso do Gympass, que vende planos de descontos em academias credenciad­as para empresas, o impulso para ir para fora veio após a startup se tornar fornecedor­a de subsidiári­as brasileira­s de companhias multinacio­nais.

As matrizes dessas empresas se interessar­am pelo serviço e incentivar­am a expansão, diz Leandro Caldeira, diretor da empresa no Brasil.

A startup, aberta em 2013, já atende clientes em 14 países, incluindo Argentina, México, Alemanha, Espanha, França e Estados Unidos.

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Danilo Verpa/Folhapress Juliana Assunção, da RankMyApp, que busca novos mercados

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