Internacionalização de empresa envolve também custos e riscos
DE SÃO PAULO
Apesar de a digitalização dos negócios ter facilitado a internacionalização de startups, tentar conquistar o mundo precocemente pode esvaziar o caixa da empresa e, por isso, a decisão depende de análise criteriosa.
Rodolfo Pinotti, diretor de Operações para o Brasil da aceleradora americana 500 Startups, diz que dar mais atenção ao país pode ser melhor porque, em geral, conquistar clientes aqui é mais barato do que fora.
“É uma discussão difícil, mas, em muitos casos, é importante ganhar musculatura antes de expandir.”
O desafio, explica Alan Leite, sócio da aceleradora de negócios Startup Farm, é que buscar clientes fora do país envolve custos como adaptação do produto, treinamento de equipe, pesquisas de mercado e manutenção de estrutura de atendimento.
Depois de levar em pouco mais de dois anos a Easy Taxi para 35 países, Tallis Gomes, 30, agora diz acreditar que dominar o mercado local primeiro é melhor.
A Singu, sua empresa de contratação de profissionais de beleza via app, atende apenas em São Paulo e no Rio de Janeiro. “O mercado de beleza é tão grande onde estamos. Para que sair agora se há tanto para ser conquistado?”
O problema de internacionalizar muito rápido, segundo ele, é que será preciso vender uma participação grande na empresa para investidores para ter dinheiro para a expansão. “Quando você levanta capital muito cedo, dilui muito sua participação”, diz.
Em 2014, Tallis deixou a Easy Taxi, da qual tinha uma participação minoritária. Àquela altura, a companhia tinha captado US$ 77 milhões com investidores.
Sem dar números exatos, Tallis diz que a Singu cresceu sete vezes no ano passado. A startup levantou R$ 10 milhões em investimentos na última semana. (FO)