Guardia assume a Fazenda, e Dyogo troca o Planejamento pelo BNDES
Henrique Meirelles e Paulo Rabello de Castro deixam seus cargos para disputar eleições
Secretário-executivo do Planejamento, Esteves Colnago deverá ser promovido a ministro, por indicação de Jucá
O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, será o novo presidente do BNDES. A decisão foi tomada em reunião neste sábado (31) no Palácio do Jaburu e compõe o desenho da nova equipe econômica, que deverá ser fechado neste domingo (1º) pelo presidente Michel Temer.
O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Eduardo Guardia, vai assumir o comando da pasta no lugar de Henrique Meirelles, que deixará o cargo para tentar viabilizar sua candidatura ao Palácio do Planalto.
Já o secretário-executivo do Planejamento, Esteves Colnago, deverá ser promovido a ministro, com o objetivo de manter a atual condução da pasta.
A composição final da equipe econômica será tratada neste domingo em reunião entre Meirelles e o líder do governo no Senado, Romero Jucá (MDB-RR), que tem influência no Planejamento e patrocinou a ida de Dyogo para o comando do BNDES, um dos principais braços de liberação de recursos neste ano eleitoral.
Meirelles queria fazer Guardia seu sucessor e indicar o secretário Mansueto Almeida (Acompanhamento Fiscal) para o Planejamento, mas os planos do ministro esbarraram nos de Jucá. Na conversa deste domingo, ambos vão fechar justamente o comando da pasta que era comandada por Dyogo.
O senador trabalhou para empossar Dyogo no banco estatal desde que o sub do ministro, Colnago, ficasse no Planejamento. De acordo com aliados, Meirelles não vai insistir na nomeação de Mansueto e, portanto, deve prevalecer o projeto de Jucá. JBS E LAVA JATO A ida de Dyogo para o BNDES agrada ao Planalto, que o vê como uma pessoa de confiança e de peso político, capaz de reverter a fragilidade institucional enfrentada pelo banco após as denúncias envolvendo operações com a JBS e as empreiteiras da Lava Jato.
Dyogo terá como um dos objetivos pacificar a relação do banco com as instâncias de controle, como o TCU (Tribunal de Contas da União).
Além disso, ele deverá ampliar a interlocução com o setor privado, fundamental para fazer deslanchar as concessões de infraestrutura do governo, hoje emperradas.
Caberá ao BNDES viabilizar a estrutura dessas concessões e garantir o financiamento na parte mais crítica dos projetos, no seu início. Depois disso, o banco deverá coordenar a troca para o financiamento privado.
Ele assume o lugar deixado por Paulo Rabello de Castro, que decidiu sair para concorrer à Presidência pelo PSC.
Como informou o Painel neste sábado (31), para fechar a equação que envolvia a indicação da cúpula do PP —e, consequentemente, o ciclo da equipe econômica—, Temer aceitou a ascensão do vicepresidente de Habitação, Nelson Antonio de Souza, ao comando da Caixa.
O atual presidente, Gilberto Occhi, vai para o Ministério da Saúde por força da indicação do senador Ciro Nogueira (PP-PI).
O novo presidente da Caixa comandou o Banco do Nordeste (2014-15) e chegou à vice-presidência da Caixa em agosto de 2015, ainda na gestão Dilma Rousseff. Ele também é ligado ao PP.
funcionário público; foi secretárioexecutivo interino da Fazenda e ministro do Planejamento