Folha de S.Paulo

O resultado da 1ª final não define o campeão. Diferente do que aconteceu na última decisão entre as equipes

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AO CONTRATAR Roger Machado para ser o técnico do Palmeiras, o presidente Maurício Galiotte deixou claro que pretendia criar um estilo ofensivo: “O Palmeiras vai impor seu jogo aos adversário­s”, disse Galiotte.

Dos 18 jogos sob o comando do novo treinador, isto de fato aconteceu, com raras exceções. Só nas vitórias contra o Santos e Mirassol e na derrota para o Corinthian­s, todas na fase de classifica­ção, o time de Roger teve menos posse de bola do que o rival.

A quarta mudança de caracterís­tica foi na primeira partida das finais do Paulista, no sábado (31). O recorde negativo de posse de bola (36%) produziria críticas severas, não fosse por um detalhe: a vitória.

O Palmeiras fez o que planejou. Marcou na intermediá­ria, com aquilo que os treinadore­s da atualidade Dificultou a saída de bola dos volantes Gabriel e Maycon e teve a felicidade de fazer 1 a 0 aos 7 minutos, sétimo gol de Borja, artilheiro do Estadual.

A vitória parcial permitiu repetir a estratégia do clássico da primeira fase. Daquela vez, o Palmeiras entregou a bola ao Corinthian­s, confiando que se repetiria o que acontecia no ano passado. Quando o Corinthian­s tinha a bola, sofria mais para vencer do que quando podia contra-atacar.

Na fase de classifica­ção, não deu certo para o Palmeiras e o Corinthian­s de Carille venceu por 2 a 0, com 56% de posse de bola.

Este Corinthian­s está diferente do que o de 2017. Nas cinco partidas do mata-mata, sempre teve mais controle do jogo do que o adversário. Venceu duas e perdeu três vezes, sempre com mais de 50% de troca de passes. O Corinthian­s atual sofre quando tem a bola e quando não a tem.

A estratégia de Roger Machado não estava errada, levou à vitória será repetida na semana que vem, no Allianz Parque. A lógica será a do Palmeiras atacar e o Corinthian­s tentar a virada com o mesmo estilo com que o Santos venceu a segunda semifinal na terça-feira (27).

O resultado da primeira final não define o campeão. Diferente do que aconteceu da última vez que Corinthian­s e Palmeiras decidiram o Estadual, 19 anos atrás.

Lembrada sempre pelas embaixadin­has de Edílson, aquela final resolveu-se no primeiro confronto, uma semana antes. Preparando o Palmeiras para a finalíssim­a da Libertador­es, que aconteceri­a dias

O placar elástico obrigava o Palmeiras a vencer por três gols de diferença para ser campeão. Até vencia por 2 a 1, quando Edílson empatou por 2 a 2 e, logo depois, iniciou uma das maiores brigas da história do campeonato, com as embaixadin­has.

A final de 2018 reacende a rivalidade e reviveu até a briga. Só que desta vez, no primeiro jogo da decisão. A definição, no próximo domingo (8), terá o Palmeiras como favorito à conquista, mas o título não está tão maduro quanto estava antes do Dérbi das embaixadin­has.

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