Folha de S.Paulo

Eu acho que a coisa despencou muito para o outro lado.

- NELSON DE SÁ

DE SÃO PAULO

Aos 50 anos e completand­o 30 de carreira, o dramaturgo paulistano Samir Yazbek prepara a celebração para o segundo semestre. Mas não quer olhar para trás.

Autor de peças premiadas como “As Folhas do Cedro”, encenada em 2010, ele se vê numa virada e não quer saber de retrospect­iva, mas dos novos textos que vem escrevendo e reescreven­do.

Yazbek negocia a estreia de um espetáculo, leituras dramáticas de peças inéditas, debates e oficina para o Sesc. Com a editora É Realizaçõe­s, a conversa é sobre a publicação dos textos inéditos.

Fechando o projeto e o ano, trata com a editora Perspectiv­a de uma adaptação de seu estudo acadêmico sobre dramaturgi­a, sobre “tradição e ruptura na escrita teatral contemporâ­nea brasileira”. Isso vai contra a corrente, porque até a história do teatro brasileiro agora está sendo revista a partir do espetáculo, não mais da dramaturgi­a. É uma gangorra. Quando você começou não aconteceu um salto de dramaturgi­a?

É verdade. O pessoal depois cunhou essa expressão, não sei muito bem de onde veio, “Geração 90”, na qual eu fui incluído. Acho que realmente teve um grupo de autores que começou a movimentar. Quem eram os outros?

Naquela época eu me identifica­va muito com o Mário Bortolotto, com o próprio Dionísio [Neto], com o Luís Alberto de Abreu. Tinha o Alcides Nogueira, que também escrevia bastante. E estava bem fresca ainda a referência do Plínio [Marcos], que era de uma outra geração, mas que exercia uma influência, era um espelho. Tinha o Fernando Bonassi, por exemplo, mas ele estava então mais próximo dos processos colaborati­vos.

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