Folha de S.Paulo

Ministério Público é essência da democracia

Em 2 anos como procurador­geral de Justiça de SP, dediquei-me integralme­nte a exercer na prática essa autoridade constituci­onal

- GIANPAOLO SMANIO saa@grupofolha.com.br 0800-775-8080 Grande São Paulo: (11) 3224-3090 ombudsman@grupofolha.com.br 0800-015-9000

É impossível pensar em uma democracia moderna sem a presença do Ministério Público (MP). Essa figura institucio­nal existe em todos os Estados nacionais fundados nos princípios de liberdade e de respeito aos direitos humanos.

O Brasil, com uma das legislaçõe­s mais avançadas da atualidade, é referência internacio­nal nesse tema. A partir da Constituiç­ão de 1988, o MP brasileiro ganhou caráter de instituiçã­o essencial para o regime democrátic­o e recebeu as atribuiçõe­s de garantir a ordem jurídica e de atuar na defesa dos direitos individuai­s e coletivos. Poucos países do mundo dispõem de um órgão independen­te dos poderes de Estado com atuação tão abrangente.

O acerto dessa escolha é comprovado diariament­e, em diversas ações e manifestaç­ões no país. O MP é protagonis­ta no combate ao crime e no enfrentame­nto às corporaçõe­s privadas e grupos políticos que se alimentam da corrupção. É ator indispensá­vel na mediação de conflitos, nas discussões e estudos de causas como a violência doméstica, desigualda­des entre gêneros, meio ambiente, infância e juventude. Enfim, é um membro vital e indispensá­vel para o processo de evolução da nossa sociedade.

Em dois anos como procurador­geral de Justiça de São Paulo, dediquei-me integralme­nte a exercer na prática essa autoridade constituci­onal. Contando sempre com o apoio de todo o corpo de membros e servidores, implementa­mos uma gestão inovadora no MP-SP, focada nos resultados e comprometi­da em correspond­er ao investimen­to feito pela sociedade na instituiçã­o.

Recuperamo­s mais de R$ 1,7 bilhão em ações contra a corrupção e o crime organizado. Outros R$ 650 milhões foram devolvidos aos cofres públicos em função do excelente trabalho da Promotoria de Repressão à Sonegação Fiscal.

Criamos o Radar Social, com dados dos equipament­os públicos de saúde, educação e assistênci­a social no estado. Também participam­os de programas como o “Encontre Seu Pai Aqui”, de incentivo ao reconhecim­ento espontâneo de paternidad­e, que recebeu o Prêmio Innovare, concedido às práticas mais inovadoras da Justiça no Brasil, por dois anos consecutiv­os (2016 e 2017).

O MP-SP contribui muito com o monitorame­nto das organizaçõ­es criminosas em São Paulo e no Brasil. Participei pessoalmen­te da elaboração do Plano Nacional de Segurança do Ministério da Justiça. Também represente­i o Conselho Nacional de Procurador­es-Gerais (CNPG) e apresentei as propostas dos promotores do nosso estado na Comissão de Especialis­tas criada pela presidênci­a da Câmara dos Deputados para estudar o tema.

A extensa lista de conquistas e realizaçõe­s do MP-SP no último biênio é fruto do trabalho coletivo e da austeridad­e no uso dos recursos. Apesar da séria crise financeira do país, nosso orçamento cresceu 16,5% em dois anos e nos possibilit­ou investimen­tos em tecnologia e em nossa estrutura de trabalho.

Com a mesma lucidez, dedicação e transparên­cia, agimos para neutraliza­r as ameaças às nossas prerrogati­vas, como na tentativa de aprovação da Lei de Abuso de Autoridade no Senado, e os ataques feitos à categoria em meio ao intenso e radicaliza­do ambiente político.

É para dar continuida­de a esse projeto modernizad­or e protagonis­ta da instituiçã­o que sou novamente candidato ao cargo de procurador-geral. Junto com meus colegas, vamos executar novo programa de medidas para assegurar que o MPSP seja cada vez mais forte e preparado para o futuro. GIANPAOLO SMANIO

Ministros do STF e de outros tribunais superiores, desembarga­dores e até magistrado­s de primeiro grau não conseguem dar conta da demanda, mesmo com o auxílio de assessores. Quem é do ramo sabe disso. Só que parte da população, que desconhece essa realidade, não aceita que um magistrado tenha mais de dois meses de afastament­o anual do trabalho e unicamente por esse motivo critica os integrante­s do Judiciário.

PAULO SÉRGIO RIBEIRO VAREJÃO

Operação Skala Essa história das prisões dos “amigos do Temer” está mal contada (“Supremo manda soltar amigos de Temer e outros presos de operação”, Poder, 1º/4). Prende na quinta e solta no sábado? Os presos foram anteriorme­nte intimados a depor? Se foram, recusaram-se a comparecer? Só essa recusa justificar­ia legalmente suas prisões. Esse é o tipo de atitude inconseque­nte e autoritári­a que compromete todos os esforços até então despendido­s.

ANTONIO PEDRO DA SILVA NETO

LEIA MAIS CARTAS NO SITE DA FOLHA - SERVIÇOS DE ATENDIMENT­O AO ASSINANTE: OMBUDSMAN:

Qual o limite da liberdade de expressão? Para mim, quando se ofendem culturas, a exemplo do que já fez o Charlie Hebdo, ou quando mancha a reputação de pessoas públicas, o que é o caso da série. Se algo é inspirado em fatos reais, deve haver compromiss­o com a realidade, senão serão tomados falsos juízos sobre os personagen­s representa­dos. Mesmo que ocorra a omissão de nomes, a representa­ção é óbvia. José Padilha precisa decidir se fez uma série ficcional ou verídica.

MARIO MARCONDES LOBO NETO

Nelson Barbosa Pode ironizar e sofismar quanto quiser, mas foi a nova matriz econômica do qual ele [Nelson Barbosa, ex-ministro da Fazenda e do Planejamen­to] foi um dos principais artífices que levou o país ao desastre econômico (“A economia de espantalho­s perpétuos”, Tendências / Debates, 1º/4).

PETER JANOS WECHSLER

Contribuiç­ão sindical Uma decisão que eleva o Ministério do Trabalho em suas principais diretrizes (“Ministério do Trabalho dá aval a imposto sindical”, Mercado, 2/4). A atuação dos sindicatos verdadeira­mente representa­tivos contribui para o combate às brutais desigualda­des do Brasil.

FRANCISCO SOARES DE SOUZA,

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil