Folha de S.Paulo

Netanyahu recua em acordo migratório

- DANIELA KRESCH

FOLHA,

O premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, congelou nesta segunda (2) um acordo fechado horas antes com o Alto Comissaria­do da ONU para Refugiados sobre o destino de 36 mil imigrantes africanos que entraram no país clandestin­amente de 2006 a 2016 pela fronteira do Egito.

O vai-e-vem atraiu críticas de aliados e adversário­s políticos e incerteza sobre o futuro dos imigrantes, a maioria vinda da Eritreia e do Sudão.

Netanyahu anunciara durante a tarde de segunda que Israel não iria mais deportar a maioria dos imigrantes.

A expulsão em massa, anunciada em fevereiro, já teria começado neste domingo (1º). No plano inicial, o migrante africano que não aceitasse deixar Israel com passagem para Ruanda ou Uganda poderia ser preso (exceto mulheres, crianças e quem tem status de refugiado).

No acordo com o Acnur, 16.250 desses imigrantes seriam enviados a países da Europa (como Alemanha e Itália) e ao Canadá. Outros 16.250 receberiam autorizaçã­o de trabalho temporária em Israel por cinco anos.

Criticado por ministros e diante da reação negativa nos bairros de Tel Aviv onde vivem os migrantes, Netanyahu afirmou que vai se reunir com o ministro do Interior, Aryeh Deri, e representa­ntes populares nesta terça (3) para reavaliar o acordo, congelado até nova decisão.

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