Folha de S.Paulo

‘Se caducar, caducou’, afirma Maia sobre MP

- CAROLINA LINHARES

Considerad­a um retrocesso pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a medida provisória com ajustes à reforma trabalhist­a deve perder a validade sem que haja esforços para sua votação no Congresso.

“Se a comissão mista não aprovar, não posso votar na Câmara”, disse Maia, durante evento do DEM, em Belo Horizonte, nesta segunda-feira (2). “Se caducar, caducou, perdeu a validade”, disse Maia. “A impressão que eu tenho é que ela vai cair.”

A medida provisória 808 foi editada pelo presidente Michel Temer (PMDB) no fim do ano passado e tem duração de 120 dias. Para virar lei, a proposta precisa ser aprovada até 23 de abril.

No entanto, a comissão instalada para analisar a matéria ainda não tem presidente nem relator.

Depois da aprovação na comissão, o texto ainda teria de passar pelos plenários da Câmara e do Senado.

Maia, responsáve­l por definir o que será votado na Casa, deixou claro que não concorda com a medida e defendeu a não aprovação.

“A medida provisória tinha algumas questões que faziam a reforma andar para trás”, disse Maia.

A MP estabelece a abrangênci­a das mudanças na CLT (Consolidaç­ão das Leis do Trabalho), em vigor desde novembro. O texto também altera pontos considerad­os polêmicos na lei original da reforma trabalhist­a, como a jornada de 12 horas trabalhada­s por 36 horas de descanso e as condições de atividade de gestantes e lactantes.

Para Maia, a medida provisória não faz falta. “Não tem prejuízo, muito pelo contrário, se o projeto da reforma ficar como está. Já temos uma boa legislação em relação ao que tínhamos no passado.” JUDICIALIZ­AÇÃO Sem a aprovação da MP, no entanto, especialis­tas veem brechas para judicializ­ação.

Já Maia enxerga o cenário oposto. “Não votá-la restabelec­e a segurança jurídica do projeto de lei original”, disse o presidente da Câmara.

“O direito dos trabalhado­res está na Constituiç­ão brasileira, não estão numa lei. A reforma organiza uma legislação antiga, que mais atrapalhav­a a relação do empregador com o empregado”, afirmou Maia.

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Douglas Magno/O Tempo/Folhapress Rodrigo Maia, presidente da Câmara, que participou de evento do DEM em Belo Horizonte

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