Doria convoca reunião para despedida discreta do cargo
Prefeito passará bastão para Bruno Covas na sexta (6) longe dos holofotes
Gestão municipal crê que a passagem não merece destaque porque o programa de governo será mantido
Em seu primeiro dia à frente de São Paulo, João Doria (PSDB) quis fazer diferente: ao invés de organizar cerimônia no prédio da prefeitura, como de costume, preferiu sediar a posse no Theatro Municipal. Seu último dia no cargo, em contraste, deverá ser caracterizado pela discrição.
Na sexta-feira (6), Doria fará uma reunião com os secretários da gestão. Nela, passará o bastão para o atual viceprefeito, Bruno Covas (PSDB), com o intuito de concorrer ao governo do estado.
A transição será sem pompa nem festa, fechada para a imprensa, destoando do perfil midiático do prefeito, que turbinou a campanha e o mandato com aparições públicas constantes e numerosos vídeos nas redes sociais.
A discrição evita o desgaste público com a saída da prefeitura 15 meses depois de ter assumido o cargo. O prefeito prometeu em diversas ocasiões que não deixaria o posto antes do fim do mandato em dezembro de 2020 (veja quadro nesta página).
Internamente, a gestão Doria acredita que a passagem não merece destaque porque o mesmo programa de governo deverá ser mantido por um candidato do mesmo partido. O contraexemplo seria o governo do estado, que será assumido por Márcio França (PSB) com a candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB) à Presidência.
“Vamos trocar o condutor com o trem andando. Não tem que fazer festa, a máquina continua nos trilhos, todos trabalhando”, diz o vereador João Jorge, líder do PSDB na Câmara.
A reunião será fechada, sem público ou jornalistas, e contará com apenas poucos convidados, como Milton Leite (DEM), presidente da Câmara e principal aliado do tucano no Legislativo, e vereadores da base aliada.
Doria tem sido criticado repetidamente por renunciar ao cargo de prefeito.
“Não tem nada mais simbólico da gestão Doria do que sair dessa maneira. Entrou com banda e fanfarra e sai de fininho”, diz o vereador Antonio Donato (PT), líder da oposição na Câmara.
O prefeito tem dito que deixará o cargo por “não poder negar essa importante convocação” do PSDB para concorrer ao cargo de governador.
Em 2006, o então prefeito José Serra (PSDB) decidiu concorrer ao governo do estado. Na ocasião, também sofrendo com críticas de opositores, fez cerimônia no complexo do Anhembi para comentar a transição para Gilberto Kassab (PFL).
Serra leu discurso grandiloquente, parafraseando Fernando Pessoa: “A batalha vale a pena se o sonho e a alma não são pequenos”. A gestão Doria acredita que o atual prefeito já passou pelo momento de falar aos membros do partido após sua vitória nas prévias do PSDB.
DO AGORA
A gestão do prefeito João Doria (PSDB) lançou o SPTaxi, aplicativo que conecta passageiros e taxistas na cidade de São Paulo. O passageiro terá descontos de até 40%, e o taxista não pagará, por enquanto, parausaroserviço.Comisso, a gestão pretende aumentar a competitividade com outros aplicativos.
Atecnologiafoiimportada da Prefeitura do Rio. Por enquanto, o aplicativo está disponível apenas para celulares com o sistema Android. A gestão Doria disse que ainda trabalha para que o aplicativo funcione no sistema iOS. Mas não disse quando estará disponível. Também ainda não estádisponívelopagamento direto pelo aplicativo, como nos outros serviços.
O funcionamento é semelhante a outros aplicativos de transporte. A diferença para o passageiro é que ele poderá escolher quanto ele quer pagar de desconto na corrida, entre 10%a40%.Ostaxistasque tiverem ativado o desconto solicitado pelo passageiro visualizarão o pedido e poderão atender a corrida.
Como os táxis podem trafegar pelas faixas e pelos corredoresdeônibus,aprefeitura ressalta que as corridas serão mais rápidas. Já para os taxistas, a vantageméqueeles,porenquanto,nãopagarãopelousodo app. Em um segundo momento,queaprefeituranão definiu, eles deverão pagar um valor ainda a ser definido pela gestão tucana.