DIETAS DE BAIXA GORDURA E BAIXO CARBOIDRATOS SÃO EQUIVALENTES
Variação de perda de peso entre os dois grupos foi irrelevantes estatisticamente
obesidade Os participantes compareceram a 22 sessões de instrução, em grupos de cerca de 17 pessoas, realizadas ao longo de um ano. As sessões inicialmente eram realizadas a cada semana, e depois passaram a acontecer em intervalos maiores Todos foram encorajados, nas primeiras oito semanas, a reduzir em 20 gramas por dia seu consumo da categoria de nutriente enfocada por sua dieta. Depois desse período eles podiam voltar a acrescentar gorduras ou carboidratos às suas dietas até que atingissem o volume mínimo de consumo que acreditavam poder manter em longo prazo Eles foram acompanhados por um ano e foram encorajados a elevar o consumo de legumes e verduras, diminuir o uso de açúcar e farinha refinada e a privilegiar alimentos integrais pouco processados, além de cozinhar em casa Dados foram recolhidos no início do estudo, no sexto mês e ao fim de um ano. Os pesquisadores testaram os participantes sem aviso em três ocasiões diferentes, ao longo do período, para determinar se estavam seguindo as instruções pessoas que não os tenham recebido, e assim não há como extrair conclusões sobre a eficácia dessas instruções.
Outras pessoas entenderam o estudo como um contraexemplo da ideia de que contar calorias seja essencial para a perda de peso. Embora esse não fosse o tema central do estudo, e tampouco constasse das instruções aos participantes, eles reduziram o valor calórico de sua alimentação em cerca de 500 a 600 calorias por dia (ainda que não as contassem.) O estudo não prova que contar calorias seja desimportante.
Os pesquisadores também pediram a todos os participantes, não só aos do grupo de baixo carboidrato, que evitassem “açúcar adicionado”. Portanto, não podemos dizer coisa alguma de novo sobre uma correlação entre açúcares adicionados e perda de peso.
O que o estudo demonstra é que pessoas que apostaram na superioridade de um tipo de dieta sobre o outro não têm argumentos tão fortes quanto imaginam. É notável o quanto o desempenho entre os dois tipos de dieta foi semelhante, mesmo em nível individual.
Isso nos mostra que as muitas pessoas, e os muitos estudos, que sugerem que podemos decidir qual é a melhor dieta para alguém, com base na genética ou nível de insulina, tampouco estão certos.
Quase todos os estudos que sustentam essas ideias foram menores, mais curtos ou menos robustos em sua concepção de que a pesquisa em questão. No futuro, claro, pode ser descoberto um gene que faça diferença, mas quem acredita que ele já tenha sido encontrado deveria moderar seu entusiasmo.
O foco do estudo estava principalmente em pessoas obesas. Por isso pessoas que desejam perder só alguns quilos talvez possam se beneficiar mais de uma ou da outra dieta; não sabemos. Vale apontar que os participantes do estudo receberam apoio significativo para ambas as dietas, e por isso os resultados vistos nele podem não se aplicar a quem esteja tentando perder peso sozinho.
É preciso cautela quando alguém diz que sabe qual é a dieta ideal para você, ou que existe um teste capaz de identificá-la.
As dietas bem-sucedidas em longo prazo provavelmente são aquelas que envolvem mudanças lentas, mas firmes na alimentação. A abordagem mais simples é reduzir o consumo de alimentos industrializados, pensar nas calorias daquilo que você está bebendo e tentar não comer mais do que você pretendia.
O resumo é que a melhor dieta para você é aquela que você consegue seguir. Ninguém sabe melhor que você qual deve ser essa dieta. E o mais provável é que precise descobri-la sozinho. PAULO MIGLIACCI