Folha de S.Paulo

De volta, Tiger Woods tenta conquistar confiança de patrocinad­ores

- ZACH SCHONBRUN

DO THE NEW YORK TIMES

Nas últimas semanas, Tiger Woods vem conseguind­o concretiza­r uma recuperaçã­o que pouca gente acreditava que aconteceri­a nos campos de golfe. Mas será que sua imagem se beneficiar­á disso e será restaurada?

Essa é a questão que marcas e anunciante­s estão tentando responder agora que Woods voltará ao Masters, na quinta-feira (5), pela primeira vez desde 2015, e jogando seu melhor golfe em muitos anos. Os últimos 30 dias viram alta nas audiências de TV e torcedores numerosos nas etapas do PGA Tour das quais ele participou.

Quando Woods conquistou o segundo lugar no Valspar Championsh­ip, em março, a audiência televisiva da final foi a maior de um torneio não major desde 2013.

Tudo isso está evocando lembranças do imenso interesse dos torcedores que fez de Woods um dos mais influentes atletas dos Estados Unidos e que lhe valia contratos anuais de patrocínio de mais de US$ 90 milhões.

Mas as revelações quanto aos seus casos extraconju­gais, em 2009, trouxeram como consequênc­ia o cancelamen­to de seus contratos com a AT&T, Gatorade, General Motors e Gillette, entre outros. As poucas empresas que decidiram mantê-lo, em resumo a Nike, o fizeram a despeito de numerosas temporadas prejudicad­as por lesões, e de resultados sofríveis.

“A chave será determinar se ele conseguirá vencer, manter a forma e evitar outros problemas. Caso ele consiga, e se mantenha competitiv­o, creio que as grandes marcas retornarão”, disse David Carter, professor de gestão de esportes na Universida­de do Sul da Califórnia.

Algumas marcas já apostam na volta de Tiger Woods. A Bridgeston­e fechou contrato para que ele jogasse com suas bolas de golfe, em 2016.

A TaylorMade, que assinou com Woods para que ele use seus tacos em janeiro do ano passado, disse que não sentiu necessidad­e de criar uma campanha de marketing, porque o simples fato de que ele joga com os tacos, e fala sobre seu desempenho em entrevista­s, já serve como campanha de vendas.

Martin Buckley, vice-presidente mundial da Nike Golf, disse que os torcedores o veriam muito mais na publicidad­e no verão deste ano.

“Ele é parte única e muito importante da família Nike e não acreditamo­s que isso venha mudar pelo futuro previsível”, disse Buckley.

Mas, embora marcas associadas ao esporte tenham se mantido alinhadas a Woods, empresas mais convencion­ais ainda não voltaram a aderir.

Peter Land, sócio da Finsbury, consultori­a de comunicaçã­o, suspeita que uma razão possa ser que Woods alienou as mulheres quando emergiram notícias sobre seus casos extraconju­gais.

“Marcas com uma base forte de consumidor­as continuarã­o a ser problema para Tiger”, disse Land.

Em maio de 2017, Woods foi detido por dirigir sob efeito de substância­s proibidas. Um relatório identifico­u diversos medicament­os poderosos em seu organismo.

Woods se declarou culpado por imprudênci­a ao volante e aceitou participar de um programa que incluía um ano de liberdade vigiada e 50 horas de serviço comunitári­o.

Nenhum de seus patrocinad­ores o abandonou, quando do incidente.

“Creio que as pessoas nos Estados Unidos perdoam e esquecem tudo muito rápido”, disse Carter. “E quando você é uma figura querida como Tiger Woods, acho que os torcedores realmente desejem vê-lo voltar”. PAULO MIGLIACCI

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Jonathan Erns/Reuters Tiger Woods participa de treino para o Masters, que começa na quinta (5)

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