Músico sintoniza estranha estação de rádio que toca em sua cabeça
cidos, o que toma por base a média de idades, sexos e antecedentes culturais calculada pelos pesquisadores.
Antonia Barolini, 23, cuja especialidade é a pintura, disse que escolheu a academia por causa do curso de Mullins; ela sonhava ser agente do FBI (polícia federal dos EUA).
Essas reconstruções foram postadas no Sistema de Pessoas Desaparecidas e Não Identificadas do Instituto Nacional de Justiça.
As mortes de migrantes em tentativas de cruzar a fronteira dos Estados Unidos com o México sofreram queda considerável no ano passado, de acordo com a Organização Internacional para Migrações das Nações Unidas.
De 2001 para cá, os restos de cerca de 2.800 migrantes foram localizados apenas no condado de Pima, e os locais em que foram encontrados são representados por círculos vermelhos nos “mapas da morte” produzidos por ONGs.
Desse total, cerca de mil pessoas continuam não identificadas. A fiscalização mais rigorosa da fronteira e políticas de deportação mais severas vêm levando os migrantes a procurar travessias em áreas mais remotas e brutais. PAULO MIGLIACCI
FOLHA
Sem pressa, Kassin parece seguir em uma medida particular de tempo. Pelo menos no que diz respeito aos próprios registros autorais. Mais conhecido pelo trabalho como produtor, o músico carioca levou seis anos até finalizar “Relax”.
São 14 faixas em que ele se divide entre o resgate de melodias nostálgicas, inspiradas pela música brasileira dos anos 1970 e 1980, e harmonias vocais, como um complemento ao material entregue no álbum anterior, “Sonhando Devagar” (2011).
A principal diferença em relação ao antecessor, contudo, está no caráter mundano dos versos. “A vida desse pobre moribundo/ Lendo o que as pessoas acham/ Sobre o golpe de Brasília/ Que desilusão”, canta em “O Anestesista”, música de abertura em que reflete não apenas sobre a política, mas sobre o caos urbano e excessos que sufocam qualquer indivíduo.
Interessante notar que, mesmo pessimista, “Relax” está longe de parecer uma obra arrastada. Pelo contrário, o humor continua sendo a base de cada verso.
É justamente essa capacidade de prender a atenção do público em poucos segundos que diferencia “Relax” do álbum anterior. Seja por meio dos versos, trabalhados em uma rima simplificada, ou na linguagem pop dos arranjos, Kassin explora cada elemento de forma sempre acessível.
São repetições propositais de palavras, como na faixa-título (“Relax! Relax! Relax!”), e até o “s” alongado em “O Anestesista”, emulando o som de gás vazando (“sssssss”).
Músicas que abraçam o soul/funk dos anos 1970 (“Digerido”) se permitem provar do jazz, como no breve improviso de “Estricnina”, e estabelecem diálogo com a obra de Marcos Valle, referência exaltada na forte similaridade entre “Relax” e discos como “Previsão do Tempo” (1973) e “Vontade de Rever Você” (1981).
Não por acaso, Kassin decidiu convidar Hyldon para colaborar na segunda faixa, “Estrada Errada”, composição que ainda se abre para a chegada do coletivo português Orelha Negra. É um pop rock leve, pontuado pela inserção de sons que apontam para a música dos anos 1980.
Surgem ainda faixas que nascem da colisão entre diferentes gêneros —como samba, bolero, pop, rock e eletrônica—, caso de “Momento de Clareza” e “Enquanto Desaba o Mundo”.
Pop sem parecer descartável, vide o romantismo adolescente que invade a poesia de “Coisinha Estúpida” —releitura, com Clarice Falcão, de um dos clássicos de Leno e Lilian—, “Relax”, assim como o disco que o antecede, serve de passagem para um mundo próprio do músico.
Um trabalho que não distorce a realidade, mas a todo instante revela uma interpretação particular do que há de mais ordinário em qualquer experiência cotidiana. É como sintonizar uma estranha estação de rádio que parece tocar apenas na cabeça de Kassin. ARTISTA Kassin GRAVADORA LAB 344 QUANTO R$ 28,90 (CD); também nas plataformas digitais AVALIAÇÃO bom