Maçonaria vive guerra política para troca de
DE SÃO PAULO
Com 195 anos de existência, a Grande Oriente do Brasil passa por um momento de guerra política no qual não faltam acusações de golpe e suspeitas de irregularidades.
O pano de fundo é a disputa em torno das eleições para Grão-Mestre Geral, o cargo máximo da entidade, que procura reproduzir o organograma do Estado Brasileiro.
Além do equivalente ao presidente da República, há ministros, deputados, governadores e juízes, entre outros.
O desentendimento transbordou dos tribunais maçônicos e chegou à Justiça comum, ou profana, como a denominam, algo impensável até pouco tempo atrás —recorrer ao Judiciário, pela lei penal maçônica, era considerado até 2016 um delito que poderia resultar em suspensão por prazo de 5 a 7 anos.
De um lado está o grupo de Marcos José da Silva, o atual mandatário, um ex-servidor aposentado que está no cargo há 10 anos e tenta emplacar o sucessor. Apoiou Barbosa Nunes, que morreu na semana retrasada e foi substituído por Múcio Bonifácio.
De outro, os aliados de Benedito Marques Ballouk Filho, grão mestre de São Paulo, que lançaram sua candidatura a presidente e reclamam de perseguição política.
Nos últimos meses, quatro grão-mestre estaduais (“governadores” de Minas Gerais, Ceará, Rio Grande do Sul e Pernambuco), todos apoiadores do candidato da oposição, tiveram seus direitos associativos suspensos por decisão da instância nacional. ‘GOVERNADOR’ “O que está ocorrendo é um absurdo inaceitável”, afirma Roberto Araújo, “governador” do Ceará. “Fui punido simplesmente porque decidi apoiar a outra candidatura”, diz Araújo, que restabeleceu seus direitos associativos com uma liminar obtida na Justiça comum.
Ao retornar, descobriu que