Como Machu Picchu, Arembepe era ‘lugar mágico’ do mundo
Livro ‘Anos 70 Bahia’ reúne relatos do tempo de efervescência cultural no estado
FOLHA,
Os tempos áureos da efervescência cultural baiana estão relatados no livro “Anos 70 Bahia”, uma parceria do jornalista Luiz Afonso com o produtor cultural e fotógrafo Sérgio Siqueira.
A publicação é uma coletânea de mais de 200 textos escritos a partir de relatos e imagens postados numa rede social por gente que viveu os acontecimentos da época. Com o material em mãos, a dupla fez uma curadoria para elucidar fatos e esclarecer eventuais incoerências.
Siqueira afirma que os registros mais antigos que se têm da aldeia hippie são as imagens do músico britânico Mick Jagger, da banda Rolling Stones, numa casa, na companhia da então namorada, a cantora Marianne Faithfull, no começo de 1968.
“Os lugares mágicos do mundo eram Machu Picchu, no Peru, Goa, na Índia, e Salvador e Arembepe, na Bahia”, afirma o fotógrafo.
Entre os colaboradores da publicação está o jornalista e colunista da Folha José Simão, que morou em Arembepe por três meses, em 1973.
“Vim pela primeira vez com o poeta Waly Salomão. Não lembro muito bem, mas acho que dormia em uma canoa no quintal. Lembro também que, às vezes, Gal Costa aparecia para nos visitar. Vinha linda, com um vestido comprido, transparente”, conta Simão, no livro.
Siqueira recorda que o poeta Vinicius de Moraes escolheu Itapuã para morar, no início dos anos 1970.
“Ao mesmo tempo, Caetano e Gil voltavam do exílio, após o sucesso do tropicalismo. Havia os Novos Baianos, que foram dar um tempo na aldeia por causa da ditadura. Isso tudo fazia parte da mística da Bahia”, afirma.
“A década de 1960 foi marcada por diversas manifestações culturais. Havia dois grupos de jovens que queriam mudar o mundo: um era via luta armada e outro que pensava em mudar o sistema por meio da arte, da cultura, do amor.” (FRANCO ADAILTON) EDITORA QUANTO a versão digital na Amazon