Petrobras amplia número de conselheiros independentes
rio de janeiro Em nova tentativa de se dissociar de influências do acionista controlador, a Petrobras aprovou nesta quinta (26) duas novas vagas para membros independentes em seu conselho de administração. A companhia indicou ainda para o colegiado ex-executivos da concorrente Shell e da prestadora de serviços Maersk Drilling.
Em assembleia de acionistas, a Petrobras teve o apoio do governo para ampliar de 10 para 11 o número máximo de conselheiros. Além disso, aumentou de 30% para 40% o número de vagas destinadas a independentes, que não têm ligação nem com a empresa nem com o controlador.
Assim, o número de vagas independentes subiu de duas para quatro: duas delas para representantes dos minoritários e as duas novas com indicação a partir de lista de sugestões elaborada por consultoria independente.
O governo mantém o poder de indicar seis conselheiros, mas agora terá maioria estreita com relação às cinco vagas indicadas por terceiros —além dos independentes, há um representante eleito pelos trabalhadores.
A mudança foi criticada por sindicatos, para quem a União está transferindo para o mercado financeiro o poder de fazer duas indicações ao conselho. A empresa justifica que a medida tem o objetivo de melhorar sua governança.
Na assembleia, o governo reconduziu cinco conselheiros e indicou três novos: Clarissa de Araújo Lins, que é sócia da consultoria Catavento, Ana Paula Poças Zambelli, exvice presidente da empresa de perfuração Maersk Drilling, e José Alberto de Paula Torres Lima, que já passou pela Shell.
Os dois últimos também foram alvo de críticas de sindicatos, sob a alegação de que sua indicação representa conflito de interesses. A Petrobras aprovou também o pagamento de dividendos aos seus acionistas com periodicidade trimestral. A medida foi anunciada no início do ano, após o quarto prejuízo anual consecutivo, que deixa os investidores sem retorno desde 2014.