Folha de S.Paulo

Rainha do Arrocha, Nira Guerreira adorava cozinhar

TENILRA MENEZES DA SILVA (1962-2018)

- -Paulo Gomes coluna.obituario@grupofolha.com.br

são paulo Um dos sonhos de Nira, cantora, era o de se apresentar no Domingão do Faustão. Outro, ter o restaurant­e próprio. Como adorava cozinhar, seria um passo natural.

Nos últimos tempos, uniu as duas coisas que mais gostava

de fazer ao promover o “Cozido da Nira Guerreira” todas as sextas, em que vendia o prato que ela mesma cozinhava e animava a noite com shows.

Nascida em uma família de artistas de Salvador em que “todo mundo canta”, como diz o irmão Jorge, teve a voz poderosa reconhecid­a na igreja.

Passou então a se apresentar cantandose­resta,ritmomarca­do por letras simples e de caráter sentimenta­l, popular entre os amantes da música brega.

Quando surgiu a batida do arrocha, mais acelerada, Nira fez a transição. Estourou na Bahia, ganhando o codinome de Nira Guerreira, a Rainha do Arrocha.

O “guerreira” foi dado por uma amiga do bairro, por causa do jeito batalhador. À época casada com um caminhonei­ro, Nira criava os três filhos sozinha e ainda comprava briga para ajudar quem estivesse passando por necessidad­e.

Não escondia os dois vícios: o cigarro e o café. Bebia uma garrafa por dia. Quando chegava de madrugada dos seus shows, o irmão já tinha deixado uma pronta. Se ele estivesse acordado, papeavam tomando a infusão e a soma podia chegar a duas por dia. Quanto ao cigarro, dizia que não atrapalhav­a a sua voz.

Lançou mais de 15 álbuns e fez turnês pelo Nordeste, tendo como principais sucessos músicas de letras emocionais comuns ao estilo, como “Vou Vencer” e a “A Culpa é Sua”.

Morreu no dia 10, aos 56, após a metástase de um câncer de mama. Deixa os filhos Talina, Flávia e Luiz Carlos Júnior, sete netos e 15 irmãos.

ZUMIRO CUSTODIO MIRANDA

Aos 91, casado com Luiza Ana de Souza. Cemitério Jardim do Pêssego, rua Iosusuke Okaue, 911, Itaquera. 2º ANO UMBERTO MAGNANI NETTO Nesta sexta (27/4) às 17h30, Santuário de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, av. Dr. Arnaldo,1.831, Sumaré, às 17h30; e na igreja Nossa Senhora de Lourdes, na alameda dos Piratinins, 679, Planalto Paulista, às 18h30.

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