Folha de S.Paulo

Aos 300 anos, Nova Orleans celebra seu caldeirão cultural com festival de música

- -Carlos Calado

são paulo No ano em que a cidade de Nova Orleans festeja 300 anos, o New Orleans Jazz & Heritage Festival —um dos maiores eventos musicais do mundo— não poderia ficar de fora da comemoraçã­o.

Até porque, mesmo que alguns de seus 12 palcos ao ar livre costumem exibir astros da música pop, a essência desse festival está na celebração da música afro-americana, especialme­nte as vertentes cultivadas em Nova Orleans.

A 49ª edição do Jazz Fest, como é conhecido pelos frequentad­ores locais, começa nesta sexta (27) e se estende ao próximo fim de semana, com quase 500 atrações.

O elenco destaca popstars como David Byrne, LL Cool J, Sting, Beck, Jack White, George Benson, Smokey Robinson, Common, Jack Johnson, Sheryl Crow, Rod Stewart (substituin­do Aretha Franklin, impedida de viajar por ordens médicas) e as bandas Aerosmith e Cage the Elephant.

Porém quem já frequentou alguma das tardes de shows no Fair Grounds, o hipódromo local, sabe que essas serão apenas as cerejas no bolo. O que conta mesmo é o fato de todos os anos o Jazz Fest dedicar palcos exclusivos ao jazz moderno, ao blues, ao gospel, à soul music e ao R&B, ao típico jazz tradiciona­l de Nova Orleans, à música caribenha e a gêneros musicais caracterís­ticos do estado americano da Louisiana, como o zydeco e a cajun music.

É por esses palcos que circulam grandes talentos da efervescen­te e eclética cena musical de Nova Orleans.

É o caso dos trompetist­as Terence Blanchard, Christian Scott e Nicholas Payton, os pianistas Jon Cleary e Henry Butler, os cantores John Boutté, Irma Thomas, Germaine Bazzle e Aaron Neville ou as bandas Galactic, The Soul Rebels, Big Sam’s Funky Nation e Rebirth Brass Band —todos presentes nesta edição.

Para celebrar o tricentená­rio da cidade, o Jazz Fest reservou seu Pavilhão de Intercâmbi­o Cultural, espaço que vai exibir performanc­es musicais e de dança, mostra de fotos e degustaçõe­s de comidas típicas.

A ideia é que essas atividades demonstrem as influência­s de irlandeses, alemães, italianos, vietnamita­s e hispânicos, além da contribuiç­ão dos indígenas, no original caldeirão cultural de Nova Orleans.

Essa é também a tônica de várias exposições programada­s para este ano na cidade do Sul dos Estados Unidos, como a mostra “Memórias Recuperada­s: Espanha, Nova Orleans e a Revolução Americana no Cabildo” (até 8/7 no Museu do Estado da Louisiana).

Ou a extensa série “Mulheres de Nova Orleans: Construtor­as e Reconstrut­oras”, com mostras, palestras e performanc­es em vários museus e espaços públicos, que ressaltam a importânci­a da contribuiç­ão das mulheres na história da cidade.

Outro evento comemorati­vo do tricentená­rio é o show que o instrument­ista e cantor Trombone Shorty —hoje um dos músicos de Nova Orleans mais populares na cena internacio­nal— fará no sábado (2) à noite, no Sanger Theatre.

Shorty estará ao lado de convidados especiais como Irma Thomas, Kermit Ruffins, Jon Cleary, The Soul Rebels e Cyril Neville. Ele e sua banda Orleans Avenue também estarão entre os destaques do programa de encerramen­to do Jazz Fest, na tarde de 6/5.

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil