Folha de S.Paulo

STF muda entendimen­to sobre pochete

Nova interpreta­ção abre caminho para absolvição dos mullets e do neon sob o carro

- Renato Terra Roteirista, autor de “Diário da Dilma”, dirigiu documentár­ios como “Uma Noite em 67”

Por 6 votos a 5, o Supremo Tribunal Federal decidiu que usar pochete é cool. A decisão muda o entendimen­to da corte que, no mês passado, havia chegado a um consenso de que o artefato era chumbrega.

A interpreta­ção abre caminho para a absolvição das ombreiras, dos mullets e do neon aceso embaixo de automóveis.

Mas a ministra Cármen Lúcia levará ao plenário liminar das lojas Riachuelo para reavaliar, com base em provas fotográfic­as,

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uma pochete de veludo usada por Lula em 1988.

“Temos que apreciar com base nas evidências. Dependendo da estampa, essa pochete do Lula pode alterar novamente nosso entendimen­to”, antecipou a presidente do STF.

“Agora, o que não dá é para deixar a questão com o Sergio Moro, que combina camisa preta com terno preto e gravata preta. Parece um garçom de buffet barato. Não tem condição de julgar pochete.”

O Supremo já havia alterado entendimen­to sobre Romero Britto. “Essa foi fácil. Todo mundo achava legal e agora entende como cafona. Só ouvimos a voz das ruas”, explicou Luís Roberto Barroso, que quer colocar em pauta nova interpreta­ção do ovo de codorna com molho rosê.

Encontrado Ministério Público mineiro

“Ele existe!”, exclamou, aos prantos, a aposentada Mirtes Alcântara Bulhosa ao tomar conhecimen­to da existência do procurador Antônio de Padova Marchi Júnior.

Dona Mirtes leu na Folha a declaração de Marchi Jr. dizendo que a prisão de Eduardo Azeredo seria um constrangi­mento, pois sua condenação se deu em votações apertadas.

Ao ser confrontad­a com a informação de que a Promotoria estava, na verdade, protegendo o tucano, dona Mirtes foi enfática: “Meu filho, eu passei 87 anos da minha vida sem acreditar na existência de curupira, mula sem cabeça e Ministério Público mineiro. Deixa eu comemorar um pouquinho”.

O Brasil que a gente quer é progressis­ta

O Partido Progressis­ta, o mais investigad­o pela Lava Jato, viu sua bancada crescer sem constrangi­mento, a ponto de se tornar a terceira maior da Câmara. O intuito ficou claro: a concentraç­ão em massa de investigad­os visa facilitar a vida do eleitor. Basta não votar em ninguém do PP nas próximas eleições.

Contador

Estamos trabalhand­o constrangi­dos há 44 dias sem saber quem matou —e quem mandou matar— Marielle Franco.

José Simão

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Débora Gonzales

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