Montanha usada por Kim em testes nucleares colapsou
pequim A montanha usada pelo governo norte-coreano para realizar seus testes nucleares provavelmente desabou e não é mais possível realizar experimentos no local, segundo uma pesquisa divulgada por geólogos chineses.
O estudo, feito por sismólogos da Universidade de Ciência e Tecnologia da China, deixam mais claras as razões que levaram o ditador Kim Jong-un a anunciar no último sábado (20) a suspensão dos testes nucleares do país.
O desabamento do monte Mantap teria começado após o último teste norte-coreano, em 3 de setembro. Considerado o mais potente de todos, o experimento teria lançado uma força superior a 100 quilotons (a bomba atômica usada em Hiroshima na Segunda Guerra tinha 15 quilotons).
A explosão, que Pyongyang disse ter sido um teste bem sucedido de uma bomba de hidrogênio, causou um terremoto de magnitude 6,3 e ao menos outros três temores na semana seguinte. Um deles, de magnitude 4,1, teria feito as rochas e pedras dentro da montanha se deslocarem.
O cientistas analisaram os dados deste teste e concluíram que a montanha entrou em colapso. “O desabamento condena a não utilizar as infraestruturas subterrâneas do monte Mantap para testes nucleares”, diz o relatório.
Tanto o regime chinês quanto o norte-coreano dizem que não captaram vazamento de radiação na região. A descoberta confirma um estudo divulgado no mês passado, também de cientistas chineses, que já indicavam que amontanha tinha desabado.
Logo após o teste de setembro, cientistas já tinham aberto a hipótese do local ter sofrido da chamada “síndrome de montanha cansada”, um diagnóstico já aplicado aos locais de testes atômicos na extinta União Soviética. Ele descreve uma área cuja estrutura geológica foi enfraquecida por explosões nucleares subterrâneas recorrentes.