Folha de S.Paulo

Acampament­o pró-Lula em Curitiba sofre ataque a tiros

Disparos foram feitos na madrugada de sábado por pessoa que teria passado a pé, segundo governo

- -Carolina Linhares e Samuel Nunes

Duas pessoas ficaram feridas após um ataque a tiros contra o acampament­o de apoiadores do ex-presidente Lula, em Curitiba, na madrugada de ontem. Um dos atingidos levou um tiro no pescoço.

O acampament­o fica a menos de 1 km da sede da Polícia Federal, onde Lula está preso. A polícia investiga o caso.

belo horizonte e curitiba Duas pessoas ficaram feridas após um ataque a tiros contra o acampament­o de apoiadores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em Curitiba, na madrugada deste sábado (28).

Um dos feridos é Jefferson Lima de Menezes, 38, que levou um tiro de raspão no pescoço e foi internado. Segundo a Secretaria de Saúde do Paraná, ele está consciente.

Menezes faz parte do sindicato dos motoboys do ABC paulista e atuava como segurança do acampament­o.

Os disparos acertaram também um banheiro químico, provocando estilhaços que feriram Márcia Koakoski, 42, sem gravidade. Ela recebeu atendiment­o e foi liberada.

A Polícia Civil do Paraná divulgou imagens de câmeras de segurança que mostram um homem fazendo disparos contra o acampament­o às 3h45.

De acordo com o delegado titular da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Curitiba, Fábio Amaro, o suspeito chegou em um carro preto modelo sedan e foi caminhando até o acampament­o. Depois de efetuar os disparos, ele fugiu. No local, foram recolhidas seis cápsulas de pistola 9 mm.

Um inquérito foi aberto para investigar o caso. Peritos da Polícia Científica, policiais militares e da DHPP estiveram no local.

Em reunião entre o presidente do PT do Paraná, Dr. Rosinha, e o diretor-geral da secretaria, o delegado responsáve­l pelo DHPP e o delegado-geral da Polícia Civil, ficou acertado que o policiamen­to no acampament­o será permanente.

Também foi acordado que a investigaç­ão sobre o caso será a mais rápida possível e que haverá segurança reforçada para o ato de 1º de Maio, na próxima terça-feira.

Na tarde deste sábado (28), policiais começaram a ouvir testemunha­s do ataque.

“Tem carros que são os mesmos que passam e a mesma agressivid­ade. É repetitivo. Dois, três dias seguidos, o mesmo carro”, disse Dr. Rosinha.

Ele afirmou ainda que não há a possibilid­ade de mudar o acampament­o ou desfazêlo. “A possibilid­ade de acabar o acampament­o é a liberdade do Lula. Lula livre, acaba o acampament­o e a vigília.”

Segundo Regina Cruz, presidente da CUT no Paraná e coordenado­ra do acampament­o, a segurança também será reforçada com câmeras.

Por meio de nota, integrante­s da Vigília Lula Livre, que integra o acampament­o em Curitiba, repudiaram o ataque e afirmaram que não serão intimidado­s.

“A sorte de não ter havido vítimas fatais não diminui o fato da tentativa de homicídio, motivada pelo ódio e provocação de quem não aceita que a vigília é pacífica, alcança três semanas e vai receber um Primeiro de Maio com presença massiva em Curitiba”, diz o texto.

A nota lembrou ataque com barras de ferro contra militantes do acampament­o e pediu policiamen­to.

“No fundo, é uma crônica anunciada. Desde o dia quando houve a mudança de local de acampament­o, cumprindo demanda judicial, integrante­s do movimento haviam sido atacados”.

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Reprodução/Frente Brasil Popular Militante mostra roupa com sangue

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