Acampamento pró-Lula em Curitiba sofre ataque a tiros
Disparos foram feitos na madrugada de sábado por pessoa que teria passado a pé, segundo governo
Duas pessoas ficaram feridas após um ataque a tiros contra o acampamento de apoiadores do ex-presidente Lula, em Curitiba, na madrugada de ontem. Um dos atingidos levou um tiro no pescoço.
O acampamento fica a menos de 1 km da sede da Polícia Federal, onde Lula está preso. A polícia investiga o caso.
belo horizonte e curitiba Duas pessoas ficaram feridas após um ataque a tiros contra o acampamento de apoiadores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em Curitiba, na madrugada deste sábado (28).
Um dos feridos é Jefferson Lima de Menezes, 38, que levou um tiro de raspão no pescoço e foi internado. Segundo a Secretaria de Saúde do Paraná, ele está consciente.
Menezes faz parte do sindicato dos motoboys do ABC paulista e atuava como segurança do acampamento.
Os disparos acertaram também um banheiro químico, provocando estilhaços que feriram Márcia Koakoski, 42, sem gravidade. Ela recebeu atendimento e foi liberada.
A Polícia Civil do Paraná divulgou imagens de câmeras de segurança que mostram um homem fazendo disparos contra o acampamento às 3h45.
De acordo com o delegado titular da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Curitiba, Fábio Amaro, o suspeito chegou em um carro preto modelo sedan e foi caminhando até o acampamento. Depois de efetuar os disparos, ele fugiu. No local, foram recolhidas seis cápsulas de pistola 9 mm.
Um inquérito foi aberto para investigar o caso. Peritos da Polícia Científica, policiais militares e da DHPP estiveram no local.
Em reunião entre o presidente do PT do Paraná, Dr. Rosinha, e o diretor-geral da secretaria, o delegado responsável pelo DHPP e o delegado-geral da Polícia Civil, ficou acertado que o policiamento no acampamento será permanente.
Também foi acordado que a investigação sobre o caso será a mais rápida possível e que haverá segurança reforçada para o ato de 1º de Maio, na próxima terça-feira.
Na tarde deste sábado (28), policiais começaram a ouvir testemunhas do ataque.
“Tem carros que são os mesmos que passam e a mesma agressividade. É repetitivo. Dois, três dias seguidos, o mesmo carro”, disse Dr. Rosinha.
Ele afirmou ainda que não há a possibilidade de mudar o acampamento ou desfazêlo. “A possibilidade de acabar o acampamento é a liberdade do Lula. Lula livre, acaba o acampamento e a vigília.”
Segundo Regina Cruz, presidente da CUT no Paraná e coordenadora do acampamento, a segurança também será reforçada com câmeras.
Por meio de nota, integrantes da Vigília Lula Livre, que integra o acampamento em Curitiba, repudiaram o ataque e afirmaram que não serão intimidados.
“A sorte de não ter havido vítimas fatais não diminui o fato da tentativa de homicídio, motivada pelo ódio e provocação de quem não aceita que a vigília é pacífica, alcança três semanas e vai receber um Primeiro de Maio com presença massiva em Curitiba”, diz o texto.
A nota lembrou ataque com barras de ferro contra militantes do acampamento e pediu policiamento.
“No fundo, é uma crônica anunciada. Desde o dia quando houve a mudança de local de acampamento, cumprindo demanda judicial, integrantes do movimento haviam sido atacados”.