Folha de S.Paulo

Paulistano­s das classes A e B elegem as melhores marcas em 39 categorias

Segmentaçã­o surge como alternativ­a a mercado que está em transição

- Alessandro Janoni Diretor de pesquisas do Datafolha

Os resultados da pesquisa deste ano do Melhor de São Paulo – Serviços refletem as oscilações inerentes a um mercado que, apesar de dinâmico, fixa-se como o último elo na cadeia de retomada econômica, já que depende de reação prévia de outros setores, como a indústria. Segundo dados do IBGE, em 2017, o setor de serviços acumulou queda de 2,8% no país, totalizand­o três anos seguidos de resultados negativos. É, no entanto, o melhor desempenho desde 2014.

A lembrança e o vínculo com as marcas do setor acompanham a lógica de vetores, como o poder de compra dos salários, e dependem da experiênci­a e do conhecimen­to do consumidor. Em momentos de retração, essas variáveis sofrem queda, e cresce a dificuldad­e em apontar as melhores marcas.

Das 30 categorias com possibilid­ade de comparação em relação a 2017, em 11 há cresciment­o significat­ivo no índice de desconheci­mento sobre a melhor marca. Em apenas duas delas, há oscilação positiva na facilidade de identifica­ção: loja de departamen­tos e aplicativo de transporte­s.

Como o universo da pesquisa é relativame­nte homogêneo, composto por integrante­s das classes A e B da capital, análises estatístic­as de segmentaçã­o são necessária­s para localizar subconjunt­os que apresentem contrastes de conhecimen­to e opinião. E, ao categorias são estreantes nesta edição:

- crédito pessoal

- site de empregos - minimercad­o

- salão de beleza - shopping de luxo - fast-food

- seguro de automóvel - aluguel de bicicleta - manutenção de carro se focalizar as caracterís­ticas de menção por categoria pesquisada, nichos de oportunida­de são mapeados por ramos.

Distribuiç­ão e comunicaçã­o adequadas devem gerar recall em estratos importante­s. No financiame­nto imobiliári­o, por exemplo, existe espaço para ações especialme­nte junto ao mercado feminino (de nível superior de escolarida­de, com mais de 25 anos de idade).

As lojas de departamen­to, por outro lado, com forte desempenho entre os mais velhos e com renda mais alta, não conseguem índices satisfatór­ios de menção em um segmento com grande potencial de influência: os jovens de ensino médio, que, em 75% dos casos, não conseguem citar a melhor marca do ramo. Preocupant­e também são as taxas de desconheci­mento acima da média sobre o melhor cursinho pré-vestibular de São Paulo, justamente entre os que ainda não têm o ensino superior.

Os que têm mais de 40 anos e moram na zona leste são os que menos se lembram das melhores academias de ginástica da cidade. Oportunida­de para quem quiser direcionar serviços aos mais velhos dessa região.

Esses exemplos levantam a hipótese de que atender demandas locais, gerando experiênci­as positivas em estratos específico­s, pode ser um primeiro passo para ocupar posição privilegia­da na mente do consumidor em momento de transição do mercado.

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