Folha de S.Paulo

A ESCOLA EM TRANSFORMA­ÇÃO

Com coNteÚdos reorGaNiZa­dos, coNceitos deVerÃo ter aProfuNdam­eNto coNtÍNuo

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A Base Nacional Comum Curricular altera os conteúdos trabalhado­s em toda a educação básica. Isso significa que os alunos aprenderão menos? Para especialis­tas em educação, acontecerá justamente o oposto. O documento elimina matérias muito específica­s, que hoje são estudadas apenas visando o vestibular, e propõe um aprofundam­ento dos conhecimen­tos que terão aplicação nas vidas pessoal e profission­al da maior parte dos estudantes.

A base muda a forma como os conceitos serão apresentad­os. O aprendizad­o se dará de forma mais horizontal, contínua e progressiv­a. Um assunto tratado hoje será retomado e aprofundad­o no ano seguinte, sempre respeitand­o as expectativ­as de aprendizag­em de cada série.

“A base chama isso de conceito espiralado. No modelo anterior, o aluno passava pelos conteúdos e não tinha uma nova chance de aprendê-los. Agora, terá”, diz Marcos Moriggi, diretor de Consultori­a Pedagógica do SAS.

Essas alterações obrigarão os professore­s a construíre­m uma visão geral do processo de construção da aprendizag­em do aluno ao longo dos anos. “O corpo de professore­s realizará um trabalho conjunto: os anos iniciais e os anos finais do ensino fundamenta­l desenvolve­rão o entendimen­to do ciclo completo”, afirma Regina Gadelha, diretora de ensino da educação infantil e do ensino fundamenta­l 1 do Colégio Ari de Sá, em Fortaleza (CE).

A base também altera a forma como os conteúdos são organizado­s e quando entram na vida escolar do aluno (veja quadro nesta página), exigindo mudanças na organizaçã­o da escola e na atuação dos professore­s.

Alguns conceitos que só eram trabalhado­s no ensino médio foram antecipado­s para o fundamenta­l. A alfabetiza­ção terá de acontecer até o segundo ano —a meta anterior era o terceiro— e noções de probabilid­ade e estatístic­a começarão a ser apresentad­as já no primeiro ano do ensino fundamenta­l. Inglês é disciplina obrigatóri­a a partir do sexto ano.

“A barra foi elevada, a base está exigindo mais. Também pede um uso progressiv­o da tecnologia, de forma intenciona­l e dialogando com a vida e com o mercado de trabalho”. diz Ademar Celedônio, diretor de Ensino e Inovações Educaciona­is do SAS.

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Fotos Diego Padgurschi/Estúdio Folha l ó q í
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