Folha de S.Paulo

Pré-candidatos fazem romaria a feira ruralista

Visitado por Bolsonaro, Alckmin, Ciro, França, Doria e Skaf, evento no interior de SP deve receber ainda Temer e Meirelles

- -Marcelo Toledo

ribeirão preto Eles têm sido presenças constantes nos estandes da Agrishow (Feira Internacio­nal de Tecnologia Agrícola em Ação), em Ribeirão Preto. Todos os dias, passam nos espaços de fabricante­s de máquinas e equipament­os agrícolas e entidades ligadas ao agronegóci­o.

Essaautênt­icaromaria­temsidopro­tagonizada­desdesegun­da-feira (30) por políticos précandida­tos à Presidênci­a e ao governodeS­ãoPaulonam­aior feira do agronegóci­o no país.

JairBolson­aro(PSL),Geraldo Alckmin (PSDB) e Ciro Gomes (PDT), todos com interesse na cadeirapre­sidencial,circularam pelolocala­pertandoas­mãosde eleitores, abraçando ruralistas e transforma­ndo a feira agrícola em palanque antecipado de suas pré-candidatur­as.

Até sexta (4), quando termina, a Agrishow prevê receber ao menos 150 mil visitantes. O total de presidenci­áveis crescerá nesta quinta (3), com a confirmaçã­o da visita do presidente Michel Temer. Ele participar­ia da abertura, mas cancelou. Além dele, o exministro Henrique Meirelles, outro que tenta viabilizar candidatur­a pelo MDB, também é aguardado nesta quinta.

Tradiciona­lmente a feira recebe esse contingent­e de políticos a cada quatro anos, mas em 2018 as visitas estão mais frequentes.

Para dirigentes ruralistas ouvidos pela Folha, o cenário de incerteza política propicia as visitas em larga escala.

Todos os pré-candidatos elogiaram o agronegóci­o brasileiro. o governador Márcio França (PSB), sucessor de Alckmin,

Bolsonaro, único pré-candidato João Doria (PSDB) e Paulo ao Planalto presente Skaf (MDB). Nesta quinta, será à abertura, deixou o local antes a vez de Rogério Chequer do término da cerimônia e (Novo) aparecer na feira, segundo percorreu ruas da fazenda em a organizaçã­o. que a feira é realizada. A visita à feira foi mais uma

Se, entre os membros do oportunida­de para Doria criticar agronegóci­o, a recepção dele França, buscando associar foi morna, nas ruas foi saudadopor­seguidores­aosgritosd­e o adversário à esquerda. Na terça, o tucano afirmou: mito.Apoiadores­desuacampa“As cores do PSDB são azul, nha também entregaram adesivos amarelo e branco. Aqui não a motoristas que chegavam tem espaço para o vermelho”. ao local na terça-feira (1º). Como comparação, em 2014,

Já Alckmin e Ciro visitaram ano de eleição para os mesmos o evento nesta quarta (2), praticamen­te cargos deste ano, a então presidente, no mesmo horário Dilma Rousseff (PT), —Ciro disse que estavam que foi reeleita, não compareceu no mesmo voo para Ribeirão. à feira. Seu rival no segundo

A disputa pelo comando do turno, o senador Aécio Neves governo paulista também tem (PSDB-MG), aproveitou o gerado visitas em série à Agrishow. vácuo e reivindico­u a posição Já passaram pelo local de “candidato do agronegóci­o”.

A feira agrícola será encerrada nesta sexta-feira (4) e a previsão é de movimentar R$ 2,3 bilhões em negócios, com visitantes de 70 países.

Ciro diz que é preciso respeitar tempo do PT sobre apoio eleitoral

Na visita à Agrishow, o presidenci­ável Ciro Gomes afirmou que é preciso compreende­r e respeitar o tempo do PT. A afirmação foi uma resposta ao ex-governador Jaques Wagner (PT-BA), que admitiu a hipótese de o PT não ser cabeça de chapa nas eleições presidenci­ais e ocupar a vice, caso o ex-presidente Lula seja impedido de concorrer. O baiano se disse à vontade para discutir a hipótese de se aliar a Ciro.

“O fato real e concreto é que nós temos de aceitar, compreende­r e respeitar o tempo do PT, para o que quer que seja. Não é simples, não é trivial o momento pelo qual o PT e sua principal liderança estão passando e, portanto, eu respeito o tempo e a forma do PT e vou tocando o meu bonde, propondo ao Brasil uma alternativ­a.”

De acordo com Ciro, o PDT está conversand­o com todos os outros partidos e é muito improvável que definições ocorram antes de junho. Questionad­o sobre eventual aliança com Joaquim Barbosa (PSB), disse:

“Como posso pensar em aliança com alguém que quer ser candidato a presidente? Eu sou delicado”.

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