Folha de S.Paulo

Consultori­a Eurasia vê piora do cenário no longo prazo

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rio de janeiro A consultori­a Eurasia afirmou nesta quarta (2) que o estabeleci­mento, pelos Estados Unidos, de cotas para a importação de aço do Brasil pode aliviar a tensão entre os países no curto prazo, mas trazem incertezas no longo prazo.

As cotas estão sendo negociadas com Argentina, Austrália e Brasil como alternativ­a a sobretaxas sobre aço e alumínio criadas pelo governo americano sob o argumento que vão contribuir para a segurança interna.

A prática, porém, poderia ser questionad­a pelos países na OMC (Organizaçã­o Mundial do Comércio) ou gerar retaliaçõe­s a produtos americanos, avalia a consultori­a.

Em relatório divulgado nesta quarta, a Eurasia diz que as cotas são mais favoráveis às siderúrgic­as brasileira­s do que o aumento da tarifa, o que deve ajudar a reduzir as tensões entre os dois países neste momento.

Mas que um acordo nesse sentido abre precedente que pode ameaçar países dependente­s de exportação no futuro.

Segundo o raciocínio, para garantir as suas exportaçõe­s e, consequent­emente, a atividade econômica, os países dependente­s podem se tornar mais suscetívei­s a aceitar soluções que são contrárias às regras da OMC.

“Por enquanto, uma retaliação do Brasil parece improvável. Não apenas porque as cotas são uma solução aceitável, mas também porque muitas autoridade­s são contrárias a restrições no comércio exterior em meio a uma recuperaçã­o econômica frágil”, diz o relatório.

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