China não compra soja dos EUA e busca Brasil, diz Bunge
londres Os compradores chineses suspenderam a aquisição da safra americana de soja deste ano, de acordo com a maior companhia mundial de processamento de sementes oleaginosas, em um sinal de que a possível guerra comercial já está redefinindo os padrões de compras, e de forma prejudicial aos agricultores americanos.
Soren Schroder, presidenteexecutivo da Bunge, declarou em entrevista que via os Estados Unidos realizando “poucas se alguma” vendas de soja à China, a maior importadora dessa commodity. “Os negócios chineses que estão acontecendo não envolvem os Estados Unidos, mas sim o Brasil e o Canadá”, ele disse.
A China alertou que imporia tarifas de 25% à soja americana se o presidente Donald Trump cumprir sua ameaça de impor tarifas sobre diversos produtos importados da China. As importações de soja americana pela China atingiram o valor de US$ 12 bilhões no ano passado.
Uma delegação comercial dos EUA está viajando a Pequim para negociar, esta semana, o que pode reduzir a tensão, mas os chineses já reagiram à ameaça de que safras compradas agora para entrega futura estarão sujeitas a tarifas, disse Schroder.
“No verão, você em geral faz grandes pedidos aos Estados Unidos para entrega no outono, mas isso não está acontecendo ”, disse Schroder.
A Bunge atua no processamento e comércio de sementes na América do Norte, América do Sul e Ásia. Tem visão privilegiado do comércio.