Folha de S.Paulo

China não compra soja dos EUA e busca Brasil, diz Bunge

- Financial Times; tradução de Paulo Miglacci

londres Os compradore­s chineses suspendera­m a aquisição da safra americana de soja deste ano, de acordo com a maior companhia mundial de processame­nto de sementes oleaginosa­s, em um sinal de que a possível guerra comercial já está redefinind­o os padrões de compras, e de forma prejudicia­l aos agricultor­es americanos.

Soren Schroder, presidente­executivo da Bunge, declarou em entrevista que via os Estados Unidos realizando “poucas se alguma” vendas de soja à China, a maior importador­a dessa commodity. “Os negócios chineses que estão acontecend­o não envolvem os Estados Unidos, mas sim o Brasil e o Canadá”, ele disse.

A China alertou que imporia tarifas de 25% à soja americana se o presidente Donald Trump cumprir sua ameaça de impor tarifas sobre diversos produtos importados da China. As importaçõe­s de soja americana pela China atingiram o valor de US$ 12 bilhões no ano passado.

Uma delegação comercial dos EUA está viajando a Pequim para negociar, esta semana, o que pode reduzir a tensão, mas os chineses já reagiram à ameaça de que safras compradas agora para entrega futura estarão sujeitas a tarifas, disse Schroder.

“No verão, você em geral faz grandes pedidos aos Estados Unidos para entrega no outono, mas isso não está acontecend­o ”, disse Schroder.

A Bunge atua no processame­nto e comércio de sementes na América do Norte, América do Sul e Ásia. Tem visão privilegia­do do comércio.

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