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Divulgados em 21 de março, os áudios foram gravados por uma ex-funcionária do Ilume, Cristina Chaud Carvalho, no segundo semestre de 2017.
As gravações mostram Denise Abreu declarando preferência pelo consórcio FM Rodrigues/Consladel, que viria a vencer a disputa pelo contrato bilionário no início deste ano.
Nos áudios, Abreu demonstra intimidade com Marcelo Rodrigues, um dos sócios da FM Rodrigues.
Ela chega a usar a primeira pessoa do plural, “nós”, ao se referir à FM Rodrigues e se declara inimiga de Walter Torre, empresário que integra o consórcio concorrente, que perdeu a disputa.
O consorcio FM foi declarado vencedor graças à desabilitação do consórcio adversário, o Walks —formado pelas empresas Quaatro Participações, a WPR (subsidiária do grupo WTorre, do empresário Walter Torre) e a KS Brasil Led Holdings.
A justificativa para a desabilitação do Walks foi o fato de a Quaatro ser dona da empresa Alumini, que foi declarada inidônea em março do ano passado, porque teve seu nome envolvido na Operação Lava Jato e entrou em recuperação judicial.
Em recente entrevista à Folha, o empresário Walter Torre afirmou que teve uma reunião com o ex-prefeito João Doria e com Denise Abreu em março do ano passado e que, durante o encontro, Abreu já o havia avisado que seu consórcio seria desabilitado. Abreu confirma que houve o encontro, mas Doria nega.
Após o escândalo, Abreu foi tirada do cargo e a prefeitura decidiu restringir os investimentos da PPP, mantendo apenas o contrato de manutenção nas mãos do consórcio FM Rodrigues/Consladel.
No mês passado, a Justiça chegou a suspender o contrato da PPP por meio de uma liminar que foi concedida em ação popular.
Na semana passada, no entanto, após pedidos de recurso por parte da prefeitura e da FM Rodrigues, nova decisão derrubou a liminar, determinando que o contrato da PPP voltasse a vigorar. Rival da FM, o consórcio Walks também tentou derrubar a PPP na Justiça, sem sucesso.