Canadá Toronto celebra recorde de visitantes, beneficiada pela resistência a Trump
Capital cultural canadense recebe massa de turistas desanimados com discurso anti-estrangeiros do país vizinho
toronto Turismo virou símbolo de resistência a Trump em Toronto, no Canadá. Um termo, emprestado das análises econômicas americanas, vem sendo repetido nas ruas da cidade para explicar o crescente fluxo de turistas registrado desde o ano passado.
Pendurada na fronteira com os Estados Unidos, a capital cultural canadense se assume, com certo orgulho, como uma das maiores beneficiadas pelo chamado “Trump slump”, ou “baixa do Trump”.
A vocação tradicionalmente liberal dos canadenses tem sido vista como um dos atrativo por turistas que deixaram de visitar o país vizinho após a posse do presidente Donald Trump.
“Temos recebido mais turistas desde o início do ano passado, enquanto os EUA têm sentido um declínio nesse setor”, confirma Jessica Halliday, gerente de marketing do bureau de turismo de Toronto.
O discurso anti-imigração e as regras mais rígidas de segurança da atual administração norte-americana refletiram em queda no turismo no país, que perdeu para a Espanha, em 2017, o posto de segundo destino mais procurado no mundo (o primeiro é a França).
Em julho do ano passado, o turismo de Toronto entrou em rota de colisão com o presidente americano após um hotel da cidade retirar o nome Trump do letreiro na fachada.
O então Trump International Hotel and Tower, instalado no centro financeiro, passou a se chamar The Adelaide Hotel Toronto.
Coincidência ou não, Toronto fechou 2017 com recorde de visitantes: 43,7 milhões, 4% a mais do que em 2016.
No caso do fluxo de brasileiros, que visitaram 54% mais vezes a cidade no ano passado em comparação com os cinco anos anteriores, serviram de estímulo a alta do dólar americano, compensada pela taxa menor da moeda canadense, e a simplificação do processo para tirar o visto de turismo, em maio de 2017.