Temer conversa com Alckmin sobre pacto para união do centro
Ambos se falaram pelo telefone; emedebista afirma em entrevista à EBC que pode não disputar reeleição
brasília O presidente Michel Temer e o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) conversaram por telefone nesta quinta-feira (3) e marcaram um encontro para os próximos dias em que discutirão, pela primeira vez de forma mais assertiva, uma possível aliança para disputar o Palácio do Planalto.
Segundo a Folha apurou, Temer dirá que pode abrir mão de sua candidatura à reeleição e trabalhar com o tucano para tentar unir a coalizão que o levou à Presidência da República em 2016.
A avaliação é de que é preciso reunir o já fragmentado centro político e impedir que a radicalização entre as forças de esquerda e de direita domine o debate eleitoral.
Com baixíssima popularidade e apenas 2% das intenções de voto, segundo o Datafolha, Temer quer se manter influente no tabuleiro eleitoral e vai se colocar como um agente capaz de costurar acordos em torno de uma candidatura, como a de Alckmin.
O presidente viajou a São Paulo na manhã de sexta-feira (4) e deve retornar a Brasília neste sábado (5). De acordo com auxiliares, a conversa com o tucano poderia acontecer entre os compromissos oficiais deste fim de semana.
Na sexta-feira, Temer admitiu pela primeira vez publicamente a possibilidade de não disputar a reeleição em outubro.
Em entrevista à EBC, ele foi questionado se a hostilização que sofreu em São Paulo, na terça (1º), poderia motivá-lo a desistir de concorrer ao cargo.
“Não seria esse fato que me faria desistir da reeleição. Posso não ir para a reeleição na medida em que eu comece a perceber o seguinte...vejo que no chamado centro tem seis, sete, oito candidaturas, o que não é útil porque você tem que fazer com que o eleitor faça suas opções”, afirmou Temer.
O presidente disse ainda que a definição sobre sua participação nas eleições sairá “até julho”, quando acontecem as convenções partidárias e os candidatos são registrados no Tribunal Superior Eleitoral.
Além de Alckmin e do próprio presidente, colocamse como nomes do chamado centro político o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles (MDB), o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), o ex-presidente do BNDES Paulo Rabello de Castro (PSC), entre outros. Nenhum no primeiro pelotão das pesquisas.