Folha de S.Paulo

Subsídios fiscais para empresas passam de R$ 353 bilhões

- -Laís Alegretti

brasília Os subsídios concedidos pelo governo federal atingiram, em 2017, o menor nível desde 2012, segundo documento divulgado nesta sexta-feira (4) pelo Ministério da Fazenda.

O montante dos subsídios em 2017, de R$ 354,7 bilhões, representa 5,4% do PIB. Nos quatro anos anteriores, os valores em relação ao PIB ficaram acima desse patamar. Em 2012, foi de 4,9% do PIB

O número considera os subsídios do lado das despesas, como o Programa de Sustentaçã­o do Investimen­to (PSI), e aqueles do lado da receita, como os gastos tributário­s relacionad­os a diversos regimes especiais de tributação.

O subsídio é um instrument­o que o governo pode usar para reduzir preços ou custos e tentar estimular a economia. O atual governo tem defendido maior rigor na concessão desses benefícios.

Ao divulgar o orçamento de subsídios da União, o Ministério da Fazenda defendeu uma reforma nos subsídios. “É fundamenta­l que se continue o processo de redução desses gastos públicos, imlhorando.” plantado neste governo, para que as contas públicas brasileira­s voltem a ser sustentáve­is”, diz o texto.

O governo diz que espera uma continuida­de na redução do gasto com os subsídios nos próximos anos e destaca mudanças recentes na política de crédito dos bancos públicos, a aprovação da Taxa de Longo Prazo (TLP), a reformulaç­ão de programas como o Fies, entre outros.

Em novembro, o Ministério da Fazenda divulgou um estudo que apontava que os subsídios concedidos pela União dobraram de 2003 (3% do PIB) a 2016 (mais de 6% do PIB)

Segundo os economista­s, a concessão de subsídios precisa ser bem avaliada, em especial porque é fácil concedê-los e complicado retirá-los. Um exemplo dessa dinâmica está no setor automotivo. A indústria deixou de receber benefícios fiscais em 2018, com o fim do Inovar-Auto, que vigorou por cinco anos e foi condenado pela OMC (Organizaçã­o Mundial do Comércio) por violar acordos internacio­nais. Agora, articula a criação de um novo programa, o Rota 2030, mesmo com a resistênci­a do Ministério da Fazenda.

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