Folha de S.Paulo

Veio da França para defender os operários de Santo André

- -Flávia Faria coluna.obituario@grupofolha.com.br MANOEL NOGUEIRA SAMPAIO MIGUIE ITO RALPH CâNDIA VERA LUCIA SARMENTO DE ARRUDA BOTELHO STELLA AKEL HADDAD MARCIO IBERÊ SANTOS SILVA DE ANDRADE RUBENS DOS SANTOS FILHO

JOSÉ MAHON (1926-2018) são paulo A ideia era chegar despercebi­do e, aos poucos, ir conquistan­do os trabalhado­res, mas não deu muito certo. Quando o padre José Mahon começou a trabalhar em uma fábrica em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, em 1964, logo foi reconhecid­o.

“Mas não foi o senhor que casou a minha filha, padre? O que está fazendo aqui?”, perguntou um operário. “Ué, vim trabalhar!”, respondeu.

Mahon fazia parte de uma das primeiras levas de padres operários do Brasil. Nascido no 1926, em Roubaíx, na França, fugiu com a família para a região da Bretanha quando estourou a Segunda Guerra.

Mais tarde, já no seminário, entrou para a organizaçã­o religiosa Filhos da Caridade, que trabalha com evangeliza­ção em periferias de grandes cidades.

Viveu por dez anos nos arredores de Paris até que lhe convidaram para vir ao Brasil. Na época, a irmandade queria mandar mais padres para atuar junto aos operários do ABC paulista.

Chegou em Santo André no início da década de 1960, em meio ao turbilhão político que antecedeu a ditadura.

Fez parte dos membros da igreja católica que se recusaram a comparecer à Marcha da Família com Deus pela Liberdade e, em abril de 1964, viu eclodir o golpe militar.

Nos anos seguintes, fez frente à repressão e se postou ao lado dos trabalhado­res, muitas vezes dando cobertura e escondendo pessoas perseguida­s pelo regime. Foi preso sete vezes.

Ao longo dos mais de 50 anos no Brasil, criou diversos programas sociais e lutou pelo direito à moradia das famílias pobres de Santo André. Quando foi preciso, enfrentou polícia, juízes e políticos.

Morreu no dia 15, aos 91 anos, na França, onde morou no último ano. Uma missa em sua homenagem será celebrada neste domingo (20), às 15h, na catedral Nossa Senhora do Carmo, em Santo André.

7º DIA Neste domingo (20/5), às 10h30, na igreja de Santana, rua Voluntário­s da Pátria 2060, Santana

Nesta segunda (21/5), às 18h30, na igreja São Gabriel, avenida São Gabriel, 108, Jardim Paulista

Nesta segunda (21/5), às 20h, na catedral Anglicana de São Paulo, rua Comendador Elias Zarzur, 1239, Santo Amaro, Alto da Boa Vista

Nesta segunda (21/5), às 19h, na igreja Nossa Senhora P erpétua do Socorro, praça Honório Líbero, 90, Jardim Paulistano 1 ANO

Neste domingo (20/5), às 18h30, na igreja Assunção de Nossa Senhora, alameda Lorena, 665, Jardim Paulista

Nesta segunda (21/5), às 18h, na igreja messiânica Mundial do Brasil, Johrei Center Campo Belo, rua Zacarias de Góes, 1.491, Campo Belo

9 ANOS Neste domingo (20/5), às 19h, na igreja São Gabriel, avenida São Gabriel, 108, Jardim Paulista

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