Da Longevidade Humana e Envelhecimento.
ELIDIA IGHELLKA, 84, conta, brincando, que subiu na vida. Quando chegou ao Residencial Israelita Albert Einstein, há dois anos, ficou no quarto andar, reservado a quem não anda sozinho. Tinha quebrado o fêmur e usava cadeira de rodas. Recuperada, mudouse para o sétimo, um dos mais independentes da instituição de idosos na Vila Mariana, zona sul, mantida pelo hospital de mesmo nome. Ela antes morava sozinha e, ao sofrer uma queda, escolheu ir para lá.
“Imagina morar na casa da filha e brigar com o genro!”, diverte-se. Fundado pela comunidade judaica, o local tem 170 vagas, em parte gratuitas, para quem não pode pagar a mensalidade, que vai de R$ 12.500 a R$ 18.500.
Os cuidados necessários aos moradores elevam os custos das Instituições de Longa Permanência para Idosos, o que ajuda a explicar por que há apenas 172 opções particulares e 73 sem fins lucrativos na cidade. “Entre 25% e 30% dos idosos precisam de cuidado e são desassistidos pelo poder público, que não acompanhou a mudança na constituição das famílias”, diz Marilia Berzins, presidente da ONG Observatório
Fora as 14 Instituições de Longa Permanência para Idosos, com 480 vagas, a prefeitura tem somente sete centros para 702 moradores de rua acima dos 60 anos.