Com as honras da casa francesa
Guiada por Zidane, a seleção francesa dominou seus adversários e dobrou também o mau humor e a falta de otimismo de sua torcida, que pedia a demissão do treinador Aimé Jacquet
são paulo A França jogava em casa, com Zinédine Zidane se anunciando como um dos melhores do mundo. E não era uma seleção de um nome só.
O craque estava rodeado por uma geração talentosa, com diversos atletas espalhados por grandes clubes europeus. Uma turma que superou a decepção pela ausência na Copa anterior, nos EUA.
Estava tudo pronto para que erguessem a taça pela primeira vez. Ao bater o Brasil de forma demolidora na final, por 3 a 0, a França só estava confirmando uma barbada, certo? Não foi bem assim. Os azuis chegaram ao Mundial ocupando apenas o 18º lugar no ranking da Fifa. Nos últimos amistosos, enfrentaram Noruega, Rússia e Suécia e não venceram nenhum deles.
Antes, num torneio preparatório em casa envolvendo Brasil e Inglaterra, haviam terminado em terceiro.
Em enquete promovida por uma TV local, 92% dos torcedores pediram a demissão do técnico Aimé Jacquet. Queriam a guilhotina, mesmo.
Então começa a Copa, e a França de repente se transforma em uma seleção dominante. “Provavelmente o único jogo que não controlamos foi contra o Paraguai”, disse o zagueiro e futuro treinador Laurent Blanc ao site da Fifa.
Ao final, nocauteando a seleção, Zizou e seus companheiros conseguiram algo raro, na verdade. Das últimas nove Copas, dos anos 1980 para cá, os franceses foram os únicos anfitriões a ganharem o título
Fizeram o que grandes seleções francesas do passado, como as de Fontaine e Platini, não haviam conseguido. Com 100% de aprovação.
A sorte grande
Liberado dos primeiros treinos do Arsenal pelo compatriota Arsène Wenger, Emmanuel Petit conquistou outro prêmio nos dias seguintes à Copa do Mundo francesa.
Transitando pelos cassinos de Mônaco, o volante ganhou com uma moeda de 10 francos franceses uma bolada de 170 mil, o equivalente a US$ 28 mil. Sem abusar da sorte, Petit afirma ter doado a grana toda a instituições de caridade.
Multicultural
Numa França que testemunha o crescimento de movimentos nacionalistas, vale lembrar a origem de seus campeões mundiais.
Sem contar Zidane, descendente de argelinos, quatro integrantes daquela seleção nasceram fora do país: os titulares Desailly e Thuram, além de Christian Karembeu e do emergente Patrick Vieira (nascidos respectivamente em Gana, Guadalupe, Nova Caledônia e Senegal).
O dono da camisa: Zidane 1.
O camisa 10 francês não escondeu de ninguém que, além de ser campeão, lhe daria prazer superar Ronaldo na final da Copa do Mundo de 1998. Para tanto, Zizou fez dois gols improváveis de cabeça
“Não estou habituado, mas não fecho os olhos. No primeiro gol, tive a intuição de me colocar no primeiro pau. Percebi que a bola era minha. No segundo, fui para o segundo pau, em que havia menos marcadores”, disse. Então tá. PRÓXIMA CAMISA
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