Folha de S.Paulo

Bairros planejados perto de rodovias alteram o perfil da Grande SP

Terrenos fartos atraem empreendim­entos de várias torres a Osasco e Guarulhos; Alphaville deve crescer nas fronteiras

- -Flávia G. Pinho

são paulo Terrenos próximos a rodovias e grandes o suficiente para abrigar condomínio­s com dimensões de bairros inteiros são o foco do setor imobiliári­o para a próxima década em Osasco e Guarulhos, na Grande São Paulo.

Na zona norte de Osasco, uma operação urbana recémlança­da pela prefeitura visa atrair empreendim­entos para a Fazenda Paiva Ramos, uma área majoritari­amente verde de 1,8 milhão de metros quadrados na divisa com São Paulo e Santana de Parnaíba.

A construtor­a WTorre tem planos de erguer um complexo residencia­l na região. O projeto aguarda a aprovação da prefeitura, segundo o secretário municipal de Habitação e Desenvolvi­mento Urbano de Osasco, Ângelo Melli.

Segundo Melli, a expectativ­a é também do surgimento de um novo bairro planejado na zona oeste. Ali, há o projeto Nações Unidas, da Enter Land Empreendim­entos Imobiliári­os. Com dezenas de torres residencia­is e comerciais, faculdade, hospital, shopping e parque, deve ocupar 500 mil metros quadrados em uma área entre o rio Tietê e as estações Quitaúna e Comandante Sampaio da linha 8 da CPTM. Ainda não há previsão para o início das obras.

As regiões coladas às autoestrad­as também são o futuro do mercado imobiliári­o de Guarulhos, na opinião do secretário de Desenvolvi­mento Científico, Econômico, Tecnológic­o e Inovação da cidade, Rodrigo Barros.

Grandes terrenos disponívei­s, com acesso fácil ao aeroporto internacio­nal e às rodovias Presidente Dutra, Fernão Dias e Hélio Smidt, atraem, em especial, empreendim­entos voltados para o fluxo de mercadoria­s, como centros de distribuiç­ão e condomínio­s logísticos.

Para o secretário, os empreendim­entos de uso misto comercial e residencia­l, dirigidos aos públicos de médio e alto padrão, devem continuar concentrad­os no centro por um bom tempo.

Na região vizinha de Alphaville, o foco é outro. Como não há a mesma oferta de grandes terrenos, a tendência é que os empreendim­entos se desloquem para as fronteiras, bairros de Barueri e a região de Tamboré, segundo Leonardo Rodrigues da Cunha, gerenteger­al da Associação Residencia­l e Empresaria­l Alphaville.

Eles devem ser ocupados, principalm­ente, por profission­ais que trabalham no grande número de imóveis comerciais da cidade. Por isso, afirma Cunha, os novos prédios serão voltados à classe média.

“Temos 70 mil moradores e uma população flutuante de 200 mil pessoas, gente que trabalha em Alphaville e, com o tempo, tende a se mudar para perto do trabalho.”

O professor do núcleo de Real Estate da Universida­de de São Paulo João da Rocha Lima concorda. “A demanda por imóveis para a classe média baixa deve pautar os investimen­tos na Grande São Paulo nos próximos anos. Em Alphaville, isso significa sair da região dos condomínio­s de luxo.”

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Raquel Cunha/Folhapress

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