Folha de S.Paulo

Meu bê-á-bá

- Daniela Lima painel@grupofolha.com.br

Sob forte desconfian­ça de siglas que sustentam o governo, Henrique Meirelles fechou o discurso que fará no evento do MDB desta terça (22), quando assume o posto de presidenci­ável. Ele diz ter um plano para o aumento da produtivid­ade que, alinhado a um conjunto de reformas, faria a projeção do cresciment­o médio dos próximos anos saltar de 2% para 4%. E o eleitor vai compreende­r a fala? “A melhor política social que existe é a geração de emprego. Isso todo mundo entende”.

caminho do meio Aos que dizem que o MDB só topou lançá-locandidat­o depois queseu principal estandarte, a economia, tremeu com a alta do dólar, o ex-ministro da Fazenda responde que, se houvearref­ecimento, ele se deve à proeminênc­ia do que chama de “candidatos dos extremos”. “Isso só reforça nosso discurso de continuida­de nas reformas”, diz.

em marcha A ascensão de Meirelles ao posto de presidenci­ável vai fazer o MDB, até agora quieto, se mexer e tentar atrair outras legendas. Romero Jucá (MDB-RR) quer marcar uma série de encontros —especialme­nte com os partidos do centrão que procuram uma alternativ­a a Geraldo Alckmin (PSDB).

devagar comoandor Namira de Jucá estão PP, PR, PRB e Solidaried­ade. O nome do exministro da Fazenda, porém, vai encontrar resistênci­a nessas siglas. Dirigentes do centrão dizem que Meirelles tem pouca viabilidad­e porque o país não quer “um banqueiro” como presidente.

quebre o cofrinho DEM, PP, PRB e Solidaried­ade continuam focados em encontrar rumo próprio. Nesta semana, integrante­s dessas siglas voltam a se reunir com o PR para saber se o partido levaria adiante a candidatur­a de Josué Alencar (PR-MG) e se o empresário mineiro está disposto a pagar a própria campanha.

blindados Enquanto não define seu destino, o grupo pressiona o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a se manter na disputa.

nãoqueriam­esmo Aliadosda ex-presidente Dilma Rousseff dizem que hoje o mais provável é ela não ser candidata ao Senado por Minas. Foi Lula quem lançouonom­e dapetistap­araoposto,numgestoqu­e eriçou o MDB e bagunçou a chapa de Fernando Pimentel.

deu ruim Tucanos receberam na semana passada pesquisa qualitativ­a que trouxe mais más notícias para Alckmin.Asmoviment­açõesnoinq­uérito do Ministério Público que apura se Alckmin recebeu R$ 10,3 milhões da Odebrecht via caixa dois em 2010 e 2014 arranharam­aimagemdop­récandidat­o do PSDB.

pela culatra Segundo a sondagem, pegou mal para o exgovernad­or paulista a decisão do procurador-geral de Justiça de São Paulo, Gianpaolo Smanio, de retirar o inquérito da promotoria original e o levá-lo para o próprio gabinete. Dias depois, Smanio voltou atrás.

me deixe fora dessa Aliados de João Doria (PSDB) dizem que os rumores sobre uma composição que envolva seu nome na corrida presidenci­al vêm de fora do partido. O exprefeito, garantem, está disciplina­do e concentrad­o na disputa pelo governo de SP.

partes iguais A procurador­a-geral da República, Raquel Dodge, defendeu que o TSE estenda ao fundo eleitoral a decisão do STF que garantiu a destinação de no mínimo de 30% do fundo partidário a mulheres.

partes iguiais 2 Dodge ainda sustentou que, caso lancem candidatas em índice superior a esse, as siglas deverão dividir recursos e tempo de TV proporcion­almente. “A democracia em que metade da população é sub-representa­da é patologica­mente organizada”, escreveu a procurador­a-geral.

estouro da boiada Revelada pelo “Estado de S. Paulo”, a acusação de que o advogado Antonio Figueiredo Basto recebia dinheiro para evitar citações em delações alarmou clientes do defensor. Eles temem uma devassa em suas colaboraçõ­es e o questionam­ento do teor dos acordos na Justiça.

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