Occhi diz que licitação para lotéricas seguiu a lei da época; banco diz que apuração continua
OUTRO LADO
brasília O ministro da Saúde, Gilberto Occhi, afirmou em nota que a licitação para as lotéricas em Alagoas “respeitou toda a legislação vigente à época”.
“Não há possibilidade de intervenção de qualquer pessoa no processo.”
O ministro não respondeu aos demais questionamentos da Folha, entre eles os que tratam do uso de verba do banco para comprar uma das lotéricas. Segundo ele, essas perguntas deveriam ser enviadas à Caixa.
O banco informou que “os processos de apuração continuam em andamento a partir de apontamentos realizados por auditorias e órgãos de controle”. As perguntas da Folha não foram respondidas pontualmente.
Gustavo Occhi pediu que a reportagem mandasse perguntas por e-mail, mas não as respondeu.
“A gente tem como explicar tudo. Não gostaria de tratar por telefone”, justificou. Questionado sobre o repasse dos R$ 200 mil, ele reagiu: “Essa situação aí, tenho de tomar conhecimento direitinho”.
Diogo Andrade, por telefone, disse que não se pronunciaria. “Estou ocupado, não estou podendo falar, não”, declarou. “Desconheço desse negócio aí, não tenho nada a declarar”, acrescentou o enteado do ministro.
O prefeito Chico Vigário afirmou que não se lembrava do cheque: “É de quando?”, perguntou. A Folha enviou questionamentos com detalhes para um e-mail indicado pela mulher dele, mas não houve resposta.
A filha do prefeito, Francine de Albuquerque, negou que dinheiro da prefeitura tenha pago a loteria. Ela disse que a família usou recursos próprios, provenientes de uma previdência do pai no Banco do Brasil e de empréstimos que contraiu.
Francine ressaltou ter como provar as transferências que foram feitas para a compra da lotérica.
“Tenho os contratos, tenho tudo em casa, porque não fiz nada de errado. Foi uma negociação lícita”, afirmou.
Ela acrescentou que seu advogado entraria em contato com a Folha, o que não ocorreu até a conclusão desta reportagem. Francisco Júnior não foi localizado. A Conserg não retornou aos telefonemas da reportagem.
Não há possibilidade de intervenção de qualquer pessoa no processo
Gilberto Occhi ministro da Saúde