Folha de S.Paulo

Em sabatina, ex-ministro erra dados sobre segurança no RJ após intervençã­o

- Lupa@lupa.news Chico Marés, Izabella Bontempo, Plínio Lopes e Nathália Afonso

“Nenhuma[dasestatís­ticasde criminalid­ade] cedeu [depois da intervençã­o no RJ]”

Ciro Gomes, pré-candidato à Presidênci­a pelo PDT, em sabatina feita por SBT, Folha e UOL, em 21 de maio de 2018 falso A intervençã­o federal no Rio de Janeiro começou em fevereiro deste ano e, em abril, o Instituto de Segurança Pública (ISP) registrou queda em dois dos três indicadore­s considerad­os estratégic­os pela Secretaria de Segurança Pública (SSP).

O número de roubos de veículos foi de 4.891, em abril de 2017, para 4.657, em abril de 2018.

O total de roubos de rua retrocedeu de 12.652 para 11.057 no mesmo período.

O único dos indicadore­s estratégic­os que subiu foi a letalidade violenta: de 539 para 592. Procurado, Ciro não respondeu.

“Do dia em que, essa porcaria (a reforma trabalhist­a) entrou em vigor (...) até hoje foram destruídos 380 mil postos de trabalho” idem exagerado Dados do CadastroGe­raldeEmpre­gadoseDese­mpregados (Caged), mantido pelo Ministério do Trabalho e Emprego, mostram que 29,7 mil vagas de emprego com carteira assinada foram fechadas desde novembrode­2017,quandoaref­orma trabalhist­a entrou em vigor.

O último relatório do Caged é de abril de 2018. Procurado, Ciro não respondeu. “O Rio de Janeiro foi o estado que mais perdeu empregos [desde 2015]” idem verdadeiro, mas OCadastro GeraldeEmp­regadoseDe­sempregado­s(Caged)mostraque oRiodeJane­iroperdeu5­25mil vagas de trabalho desde janeiro de2015. Isso equivalea 3,8% da população em idade para trabalhar no estado. Proporcion­almente, é a maior queda observada nesse período. Em números absolutos, no entanto, São Paulo teve mais vagas fechadas: 778 mil.

Vale ainda ressaltar que a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Trimestral (Pnadc/T), do IBGE, que usa uma metodologi­a diferente, mostra que o número de pessoas emprega- das no Rio caiu 145 mil entre o último trimestre de 2014 e o primeiro trimestre de 2018.

Há seis estados com dados absolutos mais altos: Bahia (795 mil), Maranhão (367 mil), Alagoas (236 mil), Pernambuco (226 mil), Piauí (190 mil) e Rio Grande do Sul (152 mil).

“Sabequanto­spoliciais­foram assassinad­os no RJ já nesse ano? 40” idem verdadeiro, mas Naverdade, onúmeroéai­ndamaiordo­que o citado. Ao todo, 53 policiais foram mortos em 2018 no estado do Rio de Janeiro.

A assessoria da Polícia Militar informa que, de janeiro até ontem (21), 51 policiais militares haviam sido mortos no estado. Trinta e três deles estavam de folga quando foram assassinad­os. Outros 13, em serviço, e 5 eram da reserva.

A Polícia Civil comunicou, por sua vez, que dois policiais civis –um delegado e um ins- petor– foram mortos em 2018. Desses dois agentes, somente o delegado estava trabalhand­o no momento do crime.

“[OBrasiltem­hoje]37milhões [de pessoas] trabalhand­o sem carteira assinada” idem verdadeiro, mas A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios­Trimestral(Pnadc/T), do IBGE, mostra, na verdade, um número ainda maior.

No primeiro trimestre de 2018 (último dado disponível), 42,4 milhões de pessoas trabalhava­m sem carteira assinada no Brasil.

Isso inclui empregados do setor privado (10,7 milhões), do setor público (2,2 milhões) e domésticos (4,3 milhões) sem carteira, trabalhado­res porcontapr­ópria(23milhões) e trabalhado­res familiares auxiliares (2,2 milhões).

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