Caminhoneiros param contra preço do diesel
Foram registradas manifestações em 20 estados e no DF; governo anuncia que vai atuar para ‘dar previsibilidade’ aos reajustes
ribeirão preto, são paulo e brasília Descontentescoma política de reajuste do óleo diesel, caminhoneiros fizeram paralisações nas cinco regiões do país nesta segunda-feira (21). Pelo menos 20 estados mais o Distrito Federal registraram manifestações com bloqueios de rodovias, em greve organizada pela Abcam (Associação Brasileira dos Caminhoneiros), que representa motoristas autônomos.
Diante do protesto de proporções nacionais, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou que o governo busca soluções para dar previsibilidade sobre o preço de combustíveis.
“O presidente, ao convocar a reunião, mostrou-se preocupadocomoaumentoconstante dos combustíveis e ele gostaria de ver isso resolvido de forma mais palatável por parte do cidadãos, dos caminhoneiros e por parte dos usuáriosdosistema de abastecimento dos combustíveis”, disse.
Padilha, contudo, evitou responder a questionamentos sobre quais alternativas o governo busca para conter a alta dos preços.
Ele não quis comentar a possibilidade de alteração na cobrança de impostos, como sugeriu na sexta-feira (18) o ministro de Minas e Energia, Moreira Franco. Ele também não mencionou alteração na política de preços da estatal.
O ministro da Casa Civil disse apenas que a elevação é resultado de uma política internacional de preços que a Petrobras adotou. Ele creditou as oscilações à alta do dólar e do petróleo e disse que o governo já agendou uma reunião para esta terça-feira (22) com dirigentes da petroleira. No encontro, segundo a Folha apurou, devem ser discutidas mudanças na forma de tributação do combustível.
“Nós vamos tentar agora é ver se encontramos um pontoemquepossa terumpouco mais de controle [nos preços] para que os maiores interessados —cidadãos e os transportadores—possamtermais previsibilidade”, disse minutos antes de participar de uma reunião comandada por Michel Temer, no Planalto.
Na sexta, Moreira Franco disse que o governo queria discutir a política de preços dos combustíveis no país, diante da escalada recente provocada pela alta do petróleo. A fala é contraditória ao que foi dito pelo ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, em entrevista à lobo, descartando a alteração na cobrança de impostos sobre os combustíveis.
Participaram do encontro Temer, Moreira, Padilha, Guardia, Esteves Colnago (Planejamento), e o secretário da Receita, Jorge Rachid. Uma reunião prévia, na noite de domingo (20) já foi realizada no Palácio do Jaburu para tratar do tema.
A agenda desta segunda foi marcada depois de os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), também se manifestarem sobre o assunto. Eles anunciaram uma nota conjunta nesta segunda dizendo que as duas Casas devem formar uma comissão para debater o preço dos combustíveis.
“O preço dos combustíveis, no nível em que se encontra, impacta negativamente o dia a dia dos brasileiros”, afirmaram.