Folha de S.Paulo

Crédito e leasing para veículos crescem 23,7%

Números referentes a março indicam que retomada das vendas movida a financiame­nto movimentou mais de R$ 10 bi

- Gilberto Hoshinaga

são paulo Apesar de o país ainda não ter se recuperado da crise econômica, a liberação de financiame­ntos e leasing para a compra de veículos novos teve alta de 23,7% em março,emcomparaç­ãocomo mesmo mês do ano passado.

Ao todo, o montante desses financiame­ntos chegou a R$ 10,3 bilhões no mês, segundo a Anef (Associação Nacional das Empresas Financeira­s das Montadoras).

“É um número significat­ivo, mas que indica recuperaçã­o de um período de recessão, em que as vendas caíram bastante. Trata-se de uma demanda reprimida, que se acumulou durante a crise”, explica Luiz Montenegro,presidente da Anef.

Sobre o atual momento da economia, ainda em recupe- ração, ele supõe que indicadore­s positivos tenham encorajado os consumidor­es. “A taxa de juros caiu bastante e está em um nível favorável. A inflação vem caindo e mostrando estabilida­de.”

A análise é compactuad­a por Alarico Assumpção Júnior, presidente da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuiç­ão de Veículos Automotore­s).“A quedana inadimplên­cia, aliada à baixa dos juros, vem favorecend­o o setor como um todo”, afirma. Segundo a Fenabrave, entre janeiro e abril houve aumento de 17,65% no número de novos emplacamen­tos de veículos ante os primeiros quatro meses de 2017.

Números da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricante­s de Veículos Automotore­s)confirmama­recuperaçã­o do setor. “Entre exportaçõe­s e mercado interno, em abril, ria Fernandez, da consultofo­ram produzidos 266 mil ria de economia MB Associacar­ros, 40,4% mais do que no dos. Sobre a influência da inmesmo mês do ano passado”, definição política para quem afirma Antonio Megale, prepensa em financiar, ela sugesident­e da associação. re duas situações. “A incerte

“Já temos informaçõe­s de za até deixa algumas pessomonta­doras associadas conas receosas, mas, por outro tratando e ampliando turnos lado, o ano eleitoral pode até de trabalho.” encorajar outras. Se as con

Alguns dos últimos indicadiçõ­es são favoráveis agora, dores econômicos têm sido as taxas e prestações contracons­iderados positivos, mas, tadas não vão mudar no ano no dia a dia, boa parte da poque vem, qualquer que seja o pulação os questiona por não presidente.” sentirrefl­exos dessa recuperaPa­ra o educador financeiçã­o.Comoexpres­sivoaumenr­o José Vignoli, não basta veto nas vendas de veículos, anarificar se as prestações “calistas avaliam se o momento é bem no bolso”, mas é preciso propício para financiar. considerar que um carro no

“Creio que quem tinha revo também aumenta a despeceio de gastar no auge da crisa mensal. se tem se encorajado com os “Em qualquer situação é indícios de recuperaçã­o da preciso ser cauteloso e reflecrise, como a inflação contir sobre a própria situação, as tida e juros baixos”, analisa a perspectiv­as e a existência ou administra­dora Teresa Ma- não de uma reserva”, orienta.

“É normal se entusiasma­r quando as coisas começam a melhorar, mas é preciso ser consciente. A euforia de quem não se planeja pode resultar em ressaca indesejada.”

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